terça-feira, 8 de novembro de 2011

CURSO "A MAGIA DO PENTAGRAMA"


O Pentagrama é o maior símbolo de poder da história, usado pelos templários, maçons, bruxos, magos, médiuns e na maioria das culturas mágicas. Neste curso você aprenderá como utilizar o pentagrama aliado a encantamentos, aos salmos, a cromoterapia, as runas, a magia das velas e a numerologia, a utilização deste símbolo mágico o auxiliará a equilibrar a sua vida, trazendo-lhe os mais variados benefícios, obtendo em seu íntimo força, paciência, equilíbrio, perseverança e prosperidade.

Informações Importantes: Usar roupas claras e confortáveis durante os encontros, trazer um lenço branco ou encharpe branca para cobrir a cabeça.

Horários e data: 12/11 - 26/11 - 3/12 - 17/12 das 14hs às 17hs
Duração 2 meses - encontros quinzenais.


Facilitadora : Aline Santos

Jornalista, Terapeuta Holística, Taróloga, Cabalista, Sacerdotisa, Professora, Educadora Patrimonial, Escritora, Numeróloga, Pesquisadora de Ciências Ocultas, Palestrante, e atende nas áreas de Florais de Bach, Fitoterapia, Aromaterapia, Terapia com cristais, Reiki, Cura Prânica, Tarô Terapêutico e Numerologia.

Vagas Limitadas! Faça já a sua reserva!

Cirandda da Lua – Espaço de Desenvolvimento Humano
Rua Leopoldo Amaral, 43 - Vila Mariana
Altura do 1.750 da Av. Lins de Vasconcelos

Para Inscrições e informações: (11) 2645-1237 / (11) 2645-1236 ou através dos e-mails:
ciranddadalua.cursos@gmail.com ou ciranddadalua@yahoo.com.br


sábado, 5 de novembro de 2011

CONCEITO DE FAMÍLIA NO CONTEXTO DA MAÇONARIA

CONCEITO DE FAMÍLIA NO CONTEXTO DA MAÇONARIA

Ao longo dos tempos o conceito de família vem mudando de acordo com os acontecimentos e interesses coletivos. Nesse início de século, essas alterações apontam para uma família com alto grau de complexidade.

No que diz respeito a estabilidade, percebemos que alguns problemas acentuam a crise em que a família brasileira se encontra: o alto índice de migrações, separações conjugais, dissolução de vínculos entre pais e filhos, ausência de jurisprudência nas relações, a ausência dos pais na relação cotidiana, a falta de equilíbrio financeiro.

No que diz respeito a composição da família o que percebe-se é que os arranjos internos já são referência em grande parte das comunidades familiares. Lares sem a presença dos pais e quando existem podem não ser biológicos, mães que sozinhas são responsáveis pela subsistência da família, avós que cuidam dos netos e parentes e agregados que se aliam as famílias e passam a fazer parte da mesma.

A Família desempenha um papel decisivo na formação da sociedade por meio da edificação dos valores morais e intelectuais.

É no espaço "família" que são absorvidos os valores éticos e humanitários e onde se aprofundam os laços de solidariedade.

O grau de convivência entre as pessoas de uma sociedade familiar é traduzida pela capacidade com que as mesmas conciliam interesses de forma participativa em todos os níveis: nos problemas sociais, financeiros, relacionais e estruturais. Para tanto se faz necessário que algumas regras sejam respeitadas e algumas lições sejam aprendidas, como: Não agredir o semelhante, saber comunicar-se, saber interagir, decidir em grupo, se cuidar e cuidar dos outros, cuidar do lugar onde se vive e valorizar o saber social.

O exercício dessas práticas na convivência fortalece o compromisso e orienta o comportamento humano.

Para a Maçonaria, a família é o Núcleo da Sociedade e precisa ser respeitada e consolidada.

A família é para a Maçonaria a célula da humanidade. Quem não tem condições morais para ser um bom chefe de família, não pode ser maçom.

Quando não se devota ao lar, quando não se preocupa com a família, o Maçom é considerado um traidor, porque está transgredindo os compromissos que fez, está renegando os sagrados compromissos assumidos.

Sendo assim: Todo Maçom está sob constante vigilância da sua consciência e dos demais Maçons. O maçom que vier a saber que um Irmão afastou-se do cumprimento do dever para com sua família, é obrigado a comunicar o fato à Loja, para que sejam tomadas as devidas providências.

VAURÉLIO DA SILVA CHUVA
Membro da Loja Maçônica Estrela do Araguaia 1770
São Miguel do Araguaia - GO

Fonte: http://www.gobgo.org.br/cultural/2009/familia.html

V.I.T.R.I.O.L.

V.I.T.R.I.O.L.

V.I.T.R.I.O.L. não é exatamente uma palavra. Trata-se de um grupo de palavras formando uma frase de origem latina, com significado de grande profundidade e muito peculiar. Cada uma das letras corresponde à inicial de uma palavra e o conjunto delas forma a sigla: VITRIOL.

SIGLA, segundo está definido em alguns bons dicionários e enciclopédias, é uma espécie de abreviatura formada de iniciais ou primeiras sílabas das palavras de uma expressão que representa nome de instituição, entidade comercial, industrial, administrativa ou esportiva, como: ONU por Organização das Nações Unidas; BNDES por Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social; CBD por Confederação Brasileira de Desportos; PTB por Partido Trabalhista Brasileiro; DETRAN por Departamento de Trânsito. Pode designar também a letra inicial usada como abreviatura em manuscritos, medalhas e monumentos antigos; ou ainda como sinal cabalístico, rubrica, marca, sinal representativo de corporação, firma, profissão, etc.

VITRIOL é, portanto, a sigla composta das iniciais das palavras do Latim, que integram a frase: “Visita Interiora Terrae Rectificandoque Invenies Occultum Lapidem”, ou seja, “Visite o Interior da Terra e Retifique Integralmente a Oculta Lápide”. Existe toda uma complexa explanação alquímica, para explicar o que venha a ser “Oculta Lápide” ou “Pedra Oculta”, também conhecida como “Pedra Filosofal” ou “Pedra do Sábio”. Nós Maçons, poderíamos chamá-la de “Pedra Cúbica”, ou talvez, até de “Pedra Polida”.

Na verdade esta viagem ao interior da Terra está também revestida de profundo simbolismo. Ninguém poderia imaginar uma viagem penetrando perpendicularmente rumo ao centro da Terra, onde existe lava incandescente a temperaturas altíssimas! – Júlio Verne talvez – O que de fato está proposto é uma busca introspectiva, possivelmente lenta, porém, persistente e gradual, na busca do conhecimento.

No processo ritualístico pelo qual passa o candidato a Aprendiz Maçom, consta sua permanência na “Câmara de Reflexões”. Seria ali, num ambiente sombrio, cercado de um grande número de objetos e símbolos, com tantos significados distintos, que ele empreenderia a dita viagem ao interior de si mesmo? Num momento de extrema tensão, sem saber a razão pela qual estava naquele lugar, senão por suas próprias deduções nem sempre muito coerentes, devido às circunstâncias, sem saber por quanto tempo permaneceria ali, nem o que estava por vir...

Alheamento – Silêncio:

Embora o nome “Câmara de Reflexões” sugira introspecção, as condições são bastante adversas e o tempo insuficiente para aquela viagem proposta e defendida por Sócrates, “conhece-te a ti mesmo”. Esta busca, além de muita dedicação e estudo, requer um estado de espírito absolutamente sereno, isento de preocupações de qualquer natureza.

A iniciação nos Augustos Mistérios representa tão somente um marco decisório, a intenção de perseguir a partir dali, o aperfeiçoamento moral, espiritual e o compromisso de buscar o conhecimento que lhe fará uma pessoa melhor a cada dia. A transformação não acontece num passo de mágica, apenas com a sagração a Aprendiz Maçom.

A sigla VITRIOL, vem sendo usada até mesmo como método de formação e treinamento de empreendedores (VENDEDORES). É o mercantilismo da filosofia onde ela deveria ser tratada com o maior respeito, pois se encontra em seu estado mais sublime e puro. Por ser uma sigla formada a partir de uma expressão em Latim, e de fundo profundamente filosófico, ela permite múltiplas interpretações, especulações e divagações... Sabemos que as traduções nem sempre representam com fidelidade o pensamento contido no texto original, pois as palavras têm conotações próprias para cada idioma. Quando tratamos de coisas subjetivas, alegóricas ou místicas, aí então fica bem mais difícil uma tradução linear. Quer nos parecer que o mais adequado seria uma versão, ainda que ela não coincidisse com as letras da sigla, mas que expressasse seu verdadeiro sentido. Algo como: “Busque no interior de si mesmo o aperfeiçoamento de seu caráter”.

Se quisermos divagar um pouco sobre o tema VITRIOL do ponto de vista maçônico, podemos deduzir que a Câmara de Reflexões é uma caverna, ou o interior da terra, onde o profano (candidato) passa pelo processo de renascimento. Da morte material para o renascer espiritual. O “retificar-se” pode ser entendido como tornar seu comportamento reto, isento de desvios, ou seja; abolir os vícios, para ser um novo indivíduo, com novos padrões de conduta. Assim será revelada ao novo homem, a pedra bruta que existe dentro de si e que precisa ser trabalhada.

Não é suficiente ter conhecimento da existência de tal pedra, se nada for feito no sentido de desbastar suas arestas, de remover suas imperfeições. É necessário aprimorá-la na prática de boas ações, no exercício do amor ao próximo, dedicação familiar, fraternidade, humildade, tolerância e respeito. Se a pedra não for trabalhada, de nada vale sabermos que ela existe.

Na frase latina, a palavra terrae tem uma conotação bastante distinta do que sugere o significante: Terra, que designa um planeta do sistema solar. Esta mesma palavra pode tomar um sentido conotativo bastante diferente, sendo entendida simbolicamente como útero materno; local onde somos gerados. (Cabe aqui uma breve explanação sobre significante e significado. A palavra tomada isoladamente ou num determinado contexto; sentido denotativo ou conotativo – Exemplo: papagaio = ave da família das psitaciformes; pessoa tagarela, repetitiva; pandorga, pipa; nota promissória; bilhete; exclamação.) O retorno ao útero (visita) significando a possibilidade de um renascimento. Renascer uma pessoa melhor, de caráter reto (retificandoque), despido das imperfeições e dos vícios que carregava. Como? – Encontrando (invenies) a pedra oculta (occultum lapidem) e trabalhando-a para torná-la justa e perfeita. Estando ciente de que a tal pedra existe e que ela se encontra no interior (interiora) de cada um de nós, está dado o primeiro passo. Depois será a busca do conhecimento.

Quem quer que se empenhe na dura obra do seu aperfeiçoamento espiritual deve penetrar no âmago do seu ser, com o propósito sincero de encontrar e eliminar todas as imperfeições por ventura encontradas. E elas certamente não serão poucas. Este caminho a percorrer haverá de levá-lo à descoberta da Pedra Filosofal ou Pedra Polida; que é o princípio, a Centelha Divina que repousa viva dentro de cada um de nós.

Quando nascemos, trazemos algumas características genéticas que podem nos predispor a desenvolvermos certas doenças ou aptidões intelectuais. Entretanto, nosso caráter é uma folha de papel em branco, na qual irá aos poucos sendo impresso tudo aquilo que nos for transmitido. O bem ou o mal não existem em si mesmos, intrinsecamente. Eles serão desenvolvidos de conformidade com o meio, com os hábitos desenvolvidos, práticas ou costumes, através da educação recebida no lar e da educação formal. Só mais tarde adquirimos um nível de consciência capaz de discernir ou escolher entre o que seria o bem ou o mal, de conformidade com o que tenha sido impresso na folha de papel de que falamos. A tendência natural é preponderar o que tenha maior peso em nosso aprendizado. Nossos valores podem ser modificados mesmo na fase adulta, mas o processo é bem mais complexo e demorado.

Nesses tempos modernos em que vivemos, quando se valoriza sobremodo os bens materiais, superestimando o ter em detrimento do ser, e somos invadidos todo tempo por uma avalanche de informações, quando os falsos alquimistas nos vendem suas fórmulas mágicas para o enriquecimento, enquanto a ganância de povos e nações promove guerras e agressões à natureza colocando em risco a existência da humanidade, parece não haver tempo para reflexões. Tudo é urgente. O aqui e agora não nos permite sequer educar convenientemente nossos filhos. A tecnologia, a Internet, os vídeo-games estão a substituir a educação paterna indo aos poucos minando até mesmo culturas milenares como a dos asiáticos. Parece que nos resta gritar por socorro ao espírito de Sócrates que nos ajude na tentativa desesperada de conhecermo-nos a nós mesmos! Logrando tal intento, é nosso dever como Maçons, sermos o sal da terra. Isto é, transmitir esse conhecimento a outras pessoas. Assim estaremos contribuindo para um mundo melhor; mais humano, menos violento, possivelmente mais fraterno, com menos corrupção, mais justo e perfeito.

Portanto, meus irmãos, a prática de uma VITRIOL faz bem, é necessária e não tem contra-indicação...

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RUI GONÇALVES DOCA
Membro da Loja Maçônica Liberdade e União 1158
Goiânia - GO

Fonte: http://www.gobgo.org.br/cultural/2009/vitriol.html

O EVANGÉLICO E A MAÇONARIA

Quando eu ainda era jovem, estudei em um colégio religioso; e por sinal um excelente educandário. Lá, dentre as muitas orientações que repassavam para os alunos, uma delas era que o evangélico (protestante) não pertencia a Deus, e sim, ao Diabo.

Passados alguns anos, conhecendo melhor o evangelismo, conclui que o evangélico fiel e obediente também pertence a Deus tanto quanto aqueles religiosos. Haja vista, que tive o privilégio de me tornar um evangélico.

Hoje, ouve-se dizer que certas religiões não aprovam os princípios maçônicos e alegam, inclusive, que a Maçonaria é de origem satânica, e que os maçons pertencem ao Demônio.

Infelizmente muitos evangélicos fazem coro com aquelas outras religiões, pregando a mesma coisa, isto é, que a maçonaria é diabólica e que os maçons são de Satã. Certo escritor protestante até já chegou a dizer que o evangélico maçom é um falso crente.

Outros evangélicos vão mais longe. Dizem eles que a Maçonaria promove a idolatria, afirmando que "ela admite um tal de ''São João da Escócia" ou "São João de Jerusalém" como padroeiro, e abre os seus trabalhos em seu nome."

Realmente a Maçonaria abre seus trabalhos em nome de São João, como padroeiro. Mas os críticos se esquecem de que padroeiro, segundo Aurélio, é o mesmo que patrono. E patrono é aquele que serve de exemplo, que é espelho, modelo ou paradigma. 0 Exército Brasileiro tem o seu patrono, o Duque de Caxias, e nunca se viu nenhum evangélico deixar de seguir a carreira militar por ter o Caxias como patrono. Tem mais, em toda solenidade de formatura, sobretudo, de curso superior, existe alguém como patrono; e jamais soube-se que um evangélico se omitisse em participar daquele ato porque lá estivesse a figura de patrono.

Há evangélico anunciando por aí que a Maçonaria é religiosamente sincretista. Não é verdade. Para se ingressar na Maçonaria o candidato necessita, sim, professar uma religião. Com isso o maçom pode e dever pertencer a um segmento religioso. E isso não demonstra sincretismo religioso. Pelo contrário, vem provar que a Maçonaria não é religião mas aceita nos seus quadros a convivência de todos os credos religiosos.

Porém não é somente na Maçonaria que os integrantes de vários credos religiosos se inter-relacionam. Não. Nas repartições públicas ou privadas, nos bancos ou em quaisquer outros órgãos, vamos encontrar funcionários dessas instituições professando as mais diversas crenças. E no entanto, ninguém é discriminado ou escandalizado pelo seu princípio de fé ou crença. Geralmente todos trabalham na mais perfeita harmonia e ordem, relacionando-se muito bem entre si.

A Maçonaria é também censurada por determinados evangélicos quanto aos, segredos maçônicos. Esses crentes dizem que na Igreja Evangélica nada há em oculto, tudo é feito à vista de todos, e as suas reuniões privativas nada têm de secretismo."

Todavia a Bíblia não diz assim e a prática não confirma tal afirmação. As Sagradas Escrituras, em Mateus - 8:4, registram: "Disse então Jesus ao leproso que havia curado: Olha, não digas a ninguém, mas vai e mostra-te ao sacerdote ...". Ainda em Apocalipse -10:4 está escrito.. "Guarda em segredo as cousas que os sete trovões falaram, e não as escreve". Há também assuntos tratados no seio das igrejas que não são levados ao conhecimento público da congregação; sobretudo nas chamadas reuniões privativas, as quais, entende-se, são a mesma coisa que secretas.

Portanto as referências ora mencionadas são exemplos de segredo ou sigilo. As primeiras os evangélicos devem conhecer, pois são bíblicas. E as outras, especialmente os líderes, com certeza as praticam em suas reuniões administrativas particulares e privativas.

A maçonaria também é criticada por alguns protestantes pela adoção dos símbolos.

Na realidade existem muitos símbolos maçônicos. Todavia, todos eles têm os seus significados específicos, como a Estrela Radiante, que é o emblema da Divindade; e tantos outros, os quais vão sendo conhecidos de acordo com os graus atingidos pelo maçom.

Por outro lado, no mundo profano também encontram-se vários símbolos, dentre eles, a Bandeira Nacional que é o símbolo da Pátria; a balança no direito, simbolizando a Justiça; e muitos outros.

A Bíblia, por sua vez, mostra também, muitos e muitos símbolos, tais como o arco-íris, símbolo que representa uma aliança entre Deus e os homens, e ainda a beleza, respectivamente (Gênesis - 9:13 e Apocalipse - 4:3), o cavalo, símbolo da força (Apocalipse - 6); o dragão, simbolizando Satanás (Apocalipse - 13). Há inúmeros outros símbolos contidos no Livro Sagrado.

Existem evangélicos afirmando que a Maçonaria é uma Instituição Pagã. Aí há mais um erro por eles cometido. Pois os trabalhos em uma loja maçônica são abertos invocando o auxílio do Supremo Arquiteto do Universo, que é o próprio Deus. E esse Supremo Arquiteto é relatado em Hebreus - 11:3 e 10, e Jeremias - 10:12. Pois em toda abertura dos trabalhos lê-se um texto no Livro da Lei (Bíblia), de conformidade com o grau em que estão sendo realizados os trabalhos.

E tem mais, pode-se afirmar que existe dentro da Maçonaria um respeito muito grande entre os irmãos quanto aos seus princípios ideológicos, culturais e acima de tudo religiosos.

Finalizando, quero testemunhar que há mais de quarenta anos sou evangélico, e tenho plena convicção que, graças a Deus, não sou do Diabo, como antes ouvia afirmar. Outrossim, há aproximadamente quinze anos sou maçom, e me sinto também confiante de que não pertenço a Satanás como muitos afirmam por aí, mas a Deus, o Supremo Arquiteto do Universo.

Portanto, irmãos, o evangélico pode e deve ser um maçom, acima de tudo justo, verdadeiro e eficiente.

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NILSON RIBEIRO LEITE
Membro das Lojas Maçônicas
Aprendizes do Bem 1940
Luz no Horizonte 2038

Fonte: http://www.gobgo.org.br/cultural/2009/evangelico.html

LOJA MAÇÔNICA NO PRESÍDIO

GRANDE ORIENTE DO ESTADO DE GOIÁS - GOEG

LOJA MAÇÔNICA NO PRESÍDIO

Luiz Gonzaga Marques

LOJA MAÇÔNICA NO PRESÍDIO
Foto ilustrativa

Nasceu no Presídio de Santa Leopoldina, Província de Goyaz, a Loja Maçônica “Fraternidade Araguayana”, a 2ª (segunda) em antiguidade (Grande Oriente do Estado de Goiás).

Criado pela Lei Imperial de 29 de janeiro de 1.849, esse Presídio Militar foi construído no Governo Provincial do Dr. Eduardo Olympio Machado, pelo Doutor em matemática, João Batista de Castro Morais Anta.

Desde o início, o estabelecimento tornou-se conhecido apenas pela denominação de Leopoldina, nome que também teve a povoação que se formou ali na margem direita do Rio Araguaia e na confluência do Rio Vermelho, território goiano.

Com a chegada de religiosos, a localidade passou a ser chamada de Santa Leopoldina.

De 1939 a 1958, sustentou a condição de Distrito do Município de Goiás; por força da Lei Estadual nº 2.427, de 18 de dezembro de 1958, foi levado à categoria de Município, instalado no dia 1º de janeiro de 1959, com o nome de Aruanã.

A historia conta que, sob a presidência do Dr. Antero Cícero de Assis, foi criada a Companhia de Aprendizes Militares, pelo decreto nº 5.205, de 3 de junho de 1876, instalada a 7 de setembro de 1877, e no seu quadro administrativo aproveitado o tenente reformado do Exército, Manoel Pereira de Mesquita, para ocupar o cargo de “Constructor”.

O ten. Manoel Pereira de Mesquita, Grau 30, do Quadro de Obreiros da Augusta Loja Capitular “Estrela do Oriente”, Oriente de Cuiabá-MT, participava da vida da Augusta e Respeitável Loja Capitular “Azylo da Razão”, Oriente de Villa Boa de Goyaz, Capital da Província de Goyaz, onde residia e era domiciliado.

No exercício do cargo, em Leopoldina, com autorização do Delegado Especial do Grande Oriente do Brasil na Província, Irmão Augusto Teixeira de Magalhães Leite, promoveu a fundação da Loja Simbólica “Fraternidade Araguayana”, com sede no Presídio de Leopoldina ou de Santa Leopoldina, já em plena atividade, na margem direita do majestoso Rio Araguaia. Foi seu primeiro e, talvez, o único e último Venerável-Mestre.

Para maior esclarecimento, “Presídio”, “Forte” ou “Fortaleza”, era estabelecimento que tinha à época, por função dar apoio à navegação e sustentação ao comércio desenvolvido pelas Companhias de Navegação, então existentes.

O termo “Presídio” não significava “Detenção”, “Prisão”, mas uma “Praça de Armas”, o que equivale a dizer que se tratava de uma “Vila” fortificada, com guarnição de soldados para cuidar da defesa contra eventuais invasões, armadas ou não, notadamente dos valentes guerreiros Carajás, hostis ao homem civilizado.

Ainda que desconhecida e irregular, não é ingenuidade histórica acreditar na existência dessa Loja Maçônica “Fraternidade Araguayana”, pois documento autêntico, datado de 1877, atesta e revela o fato de que tinha vida chancelado pelo Irmão Manoel Pereira de Mesquita.

Alias, demonstra o documento que o seu Venerável-Mestre, Irmão Manoel Pereira de Mesquita, escrevia, fluentemente, tinha grande conhecimento de Maçonaria, dominava as suas leis e regulamentos, era maçom identificado com a Ordem, competente para fundar e dirigir uma Loja Maçônica, em qualquer época e local diferente.

Autor: Luiz Gonzaga Marques é membro da Loja Maçônica "Liberdade e União", membro da Academia Goiana Maçônica de Letras, e ex- Ministro do Supremo Tribunal de Justiça Maçônico do Grande Oriente do Brasil.

Artigo publicado no jornal "Voz do Oriente" do Grande Oriente do Estado de Goiás, edição nº 04 de novembro e dezembro de 1995.

Fonte: http://www.gobgo.org.br/diversos/historia/LojaPresidio.html

FRATERNIDADE NA MAÇONARIA

FRATERNIDADE

FRATERNIDADE é compreensão,
Onde os Irmãos sabem dizer, ou ouvir: Sim ou Não!
FRATERNIDADE é Alegria,
Quando os Irmãos estão junto Todo o Dia!

FRATERNIDADE é União,
Onde os Irmãos estão sempre em comunhão!
FRATERNIDADE é Ajuda Mútua,
Quando os Irmãos não fogem á Luta!

FRATERNIDADE é Felicidade,
Onde os Irmãos afastam a Vaidade!
FRATERNIDADE é Viver em Paz,
Quando cada Irmão, Sorrir é Capaz!

FRATERNIDADE é Amor,
Onde os Irmãos estão juntos na Alegria e na Dor!
FRATERNIDADE é Doação,
Quando cada Irmão tem o outro no Coração!

FRATERNIDADE é Justiça,
Onde os Irmãos não têm Cobiça!
FRATERNIDADE é Esperança,
Quando cada Irmão, a paz, sempre Alcança!

FRATERNIDADE MAÇÔNICA é quase tudo isto,
Por isto, não desisto!
Hoje e sempre, insisto,
Ver em cada Irmão, o ensinamento de CRISTO!

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LÁZARO CORRÊA BITTENCOURT
Membro da Loja Maçônica João Pedro Junqueira 2181
Anápolis - GO

Fonte: http://www.gobgo.org.br/cultural/2009/fraternidade.html

O MAÇOM E SUA LOJA

“Oh! Quão bom e suave é que os Irmãos habitem em união”

Existe uma historinha que volta e meia estamos ouvindo no meio maçônico, mas que nunca é demais repetir:

“Conta-se que em uma pequena cidade da Inglaterra, havia um pastor que conhecia praticamente todos os cidadãos da localidade.

“Nos cultos dominicais, era comum que algumas pessoas ocupassem sempre os mesmos lugares na igreja. Assim, num determinado banco, sempre estava um senhor muito respeitado e querido no lugar.

“Num determinado dia, o pastor notou que aquele banco estava vazio. Achou estranho. Porém, não se preocupou muito porque era comum alguém faltar ao culto esporadicamente por um motivo ou outro.

“Na semana seguinte, novamente o banco estava vazio, levando o pastor a especular-se sobre o fato.

“Na terceira semana o banco continuou vazio.

“Terminado o culto, o pastor dirigiu-se à residência daquele Irmão para indagar-lhe o motivo de suas ausências.

“O cidadão arguiu que há muitos anos freqüentava aquela igreja e que já estava achando os cultos muito enfadonhos e repetitivos. Disse que já sabia de cor e salteado tudo o que o pastor falava.

“Foi então que o pastor foi até a lareira, retirou de lá uma brasa e colocou-a em cima da pedra que servia de parapeito da janela. Dentro de pouco tempo, essa brasa começou a se apagar.

“Passados alguns instantes de silêncio entre aqueles dois homens, o cidadão faltoso disse: Pastor, compreendi a sua mensagem.

“E voltou a freqüentar o culto como sempre o fez”

Moral da história: Uma brasa sozinha perde o seu calor muito rapidamente.

Meus Irmãos!

A pequena história que contamos acima vem bem a calhar com o que acontece nas Lojas Maçônicas de forma geral. Muitos Irmãos deixam de freqüentar a sua Loja alegando motivos muitas vezes inconsistentes. Muitas vezes, quando comparecem, acham que a reunião está chata e demorada.

A Maçonaria, como já depreendemos, visa a mudança do homem em seu interior. O seu objetivo é que o homem evolua interiormente, e em fazendo isso, estará contribuindo para a evolução não só dos maçons de forma particular, como de toda a sociedade. O comportamento do homem normalmente reflete o seu interior. Alguns podem até conseguir disfarçar por algum tempo, mas nunca o conseguirão por todo o tempo.

O homem que deseja sinceramente evoluir em seu íntimo, deve fazê-lo mudando inicialmente a sua maneira de pensar. Deverá direcionar seus pensamentos para atitudes nobres. Quando nos propomos a realizar alguma coisa ou participar de qualquer evento, sociedade ou o que for, devemos inicialmente perguntar-nos se realmente é aquilo que queremos. Após a decisão tomada, devemos dar o melhor de nós na realização daquilo a que nós nos propusemos. Em outras palavras: devemos colocar AMOR naquilo que fazemos.

A Maçonaria é uma sociedade iniciática, isto é, os seus membros devem passar por uma cerimônia de iniciação, quando o neófito morre para o mundo profano, ou seja, o mundo dos erros e dos vícios e renasce em um mundo diferente. Um mundo dedicado ao trabalho e à virtude.

Mas será que a iniciação consiste somente naquela cerimônia do primeiro dia? Com certeza, a resposta é NÃO. A iniciação envolve todo um processo no qual o iniciado vai galgando degrau por degrau durante toda sua vida maçônica.

O verdadeiro maçom é aquele que busca extrair dos postulados da Ordem, os ensinamentos de que carece para sua evolução. Infelizmente, muitos maçons esperam que após a sua iniciação, lhes sejam aberta a cabeça e lá colocado vários tonéis de conhecimentos. Muitos maçons têm a ilusão de que com a iniciação, lhes seja revelada uma fórmula mágica que propicie uma mudança radical em sua vida. E isso, evidentemente, é só uma ilusão. A verdade é que os fatos não acontecem dessa forma.

Devemos reconhecer que existem falhas por parte das Lojas. E elas não são poucas. Por outro lado, notamos que existe uma grande apatia de parcela significativa de maçons em procurar conhecer a Maçonaria profundamente. E a forma de fazê-lo é só através da leitura, do estudo persistente. Observa-se uma situação peculiar nessa questão: quem já está dentro há mais tempo, não possui os conhecimentos necessários a uma boa orientação aos neófitos e estes por sua vez, não sendo bem orientados, tendem a seguir o comportamento dos mais velhos. É aquela velha máxima que diz que“o homem é um produto do meio”. O verdadeiro maçom é aquele que busca conhecer a Ordem a que pertence sem esperar que os outros o façam por ele.

Por outro lado, devemos compreender que se queremos ser verdadeiramente maçons, não podemos ficar somente observando as falhas dos outros. Se ingressamos na Ordem e deparamos com um ambiente que não corresponde à expectativa que tínhamos, certamente que o caminho mais correto não é o de abandoná-la, ou pior ainda, continuar fazendo parte da mesma, porém de forma indiferente. O procedimento correto do verdadeiro maçom é procurar se evoluir e tentar, através de seus conhecimentos, buscar iluminar aqueles menos interessados. Se cada um de nós procurar agir dessa maneira, com certeza estaremos construindo uma Maçonaria muito melhor, formando melhores maçons e por conseqüência, contribuindo para a melhoria da sociedade como um todo. É fácil reconhecer um maçom desinteressado: ele está sempre reclamando que a sessão está demorando e que precisa ir embora por um motivo ou outro; ele sempre encontra razões em não colaborar com os afazeres da Loja.

Assim, um dos preceitos básicos que devemos observar é o da tolerância. Sem a tolerância não haverá companheirismo. Para haver tolerância e companheirismo, é necessário muita humildade e respeito. Talvez resida aí o primeiro passo que devemos dar para a nossa mudança interior, da qual falamos linhas acima. Tolerância não significa conivência. Devemos sim, ser tolerantes com as falhas dos Irmãos, com todos os seus defeitos e fraquezas, jamais com a preguiça e a indolência.

Falamos também acima, que devemos colocar AMOR em toda empresa de que participarmos. Então, quando participamos de uma sessão maçônica, devemos fazê-lo com a maior boa vontade possível. Ao nos dirigirmos para a Loja a fim de assistirmos os trabalhos, devemos procurar ter pensamentos nobres e sublimes. Só assim estaremos contribuindo para a formação de uma corrente positiva dentro do templo, e por conseqüência, auferindo os benefícios que dela advém. Essa corrente de pensamento positivo é a chamada EGRÉGORA MAÇÔNICA. Os Irmãos certamente já experimen-taram a sensação de paz que existe em determinados locais, principalmente em templos religiosos ou outros lugares onde não exista a presença de energias negativas. É justamente esse ambiente de paz e serenidade que devemos procurar proporcionar em nossas reuniões.

Conforme prevê a nossa Constituição, “a Maçonaria pugna pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e social da humanidade, por meio do cumprimento inflexível do dever”.

A Maçonaria propaga e defende a VERDADE como simples verdade. Assim, se o maçom busca sua mudança interior, o primeiro preceito que ele deve procurar desenvolver é o da verdade. Verdade sobre si mesmo e para consigo mesmo. Será se o motivo alegado para faltar a uma sessão é o verdadeiro? Será se estamos doando de nós tudo o que podemos em benefício de nossa Loja, em benefício do grupo a que pertencemos, ou seja em benefício de nós mesmos? Vale a pena meditar sobre isso.

Se cada um de nós fizer a sua parte, com certeza, os resultados nos surpreenderão a todos. Alguém já disse que “o todo é muito maior do que a simples soma das partes”.

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JOSÉ ALVES FRAGA
Membro da Loja Maçônica Estrela da Serrinha 2033
Goiânia - GO

Fonte: http://www.gobgo.org.br/cultural/2009/loja.html

Hino à Bandeira

JUVENIL OU VARONIL?
JUVENIL OU VARONIL?

Quando estudante do primário, na época em que as escolas ensinavam a cantar os hinos pátrios, os Hinos Nacional Brasileiro e à Bandeira eram, por motivos óbvios, os primeiros que aprendíamos a cantar. Naquele tempo, aprendi a cantar o Hino à Bandeira com a palavra Juvenil no estribilho. Atualmente, a maioria das gravações que ouvimos vêm com a palavra Varonil.

Em pesquisa realizada via internet, encontramos vário sites que contêm a letra do Hino à Bandeira, sendo que alguns trazem a palavra Juvenil e outros Varonil.

Dentre os vários endereços eletrônicos pesquisados, encontramos o do Ministério do Exército, que traz uma explicação acerca da questão. Esse texto, já foi divulgado pelo Irmão Silvio Cláudio no Boletim nº 19 de 27.10.99, do Grande Oriente do Brasil. Contudo, tendo em conta que a circulação daquele Boletim é restrita às Lojas da Obediência, tomamos a liberdade de reproduzir a matéria, para que os demais Irmãos dela tomem conhecimento. Eis o texto:

“Juvenil ou Varonil? Esta é a dúvida que todo ano surge acerca da letra do Hino à Bandeira, haja vista circularem versões contendo as duas expressões.

“Em face do problema, foi empreendida uma pesquisa junto à Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, ao Centro de Documentação do Exército e à própria Biblioteca do Centro de Comunicação Social do Exército (CCOMSEX).

“O Hino à Bandeira surgiu de um pedido feito pelo Prefeito do Rio de Janeiro, Francisco Pereira Passos, ao poeta Olavo Bilac para que compusesse um poema em homenagem à Bandeira, encarregando o professor Francisco Braga, da Escola Nacional de Música de criar uma melodia apropriada à letra. Em 1.906, o hino foi adotado pela prefeitura, passando, desde então, a ser cantado em todas as escolas do Rio de Janeiro. Aos poucos, sua execução estendeu-se às corporações militares e às demais Unidades da Federação, transformando-se, extra-oficialmente, no Hino à Bandeira Nacional, conhecido de todos os brasileiros.

“O Boletim do 1o Trimestre de 1.906 da Intendência Municipal, publicado pela Diretoria Geral da Polícia Administrativa, Arquivo e Estatística, da Prefeitura do Rio de Janeiro, apresenta a letra e a partitura do Hino à Bandeira, como resultado das gestões de Francisco Pereira Passos. Nessa publicação – a mais antiga entre as levantadas – aparece a palavra juvenil.

“A 2a edição do livro “A Bandeira do Brasil”, de Raimundo Olavo Coimbra, publicada em 1.979 pelo IBGE, em sua página 505, publica o hino com a palavra juvenil no estribilho.

“Não existe nenhum ato oficial do governo federal adotando ou modificando a letra do Hino à Bandeira.

“Diante do acima exposto, o CCOMSEX decidiu publicar no NE a versão do Hino à Bandeira que contém a palavra juvenil no estribilho, uma vez que assim consta na publicação mais antiga do hino que se tem notícia e, considerando, ainda, a inexistência de qualquer ato oficial do governo federal acerca do assunto. Levou-se em consideração, finalmente, a participação de organizações militares (OM) nas cerimônias de culto à Bandeira em praças públicas. Esses eventos, mediante incentivo de nossas OM, vem contando com presenças significativas de estabelecimentos de ensino civis, onde vigora a versão do hino com a expressão juvenil no estribilho, havendo portanto, a necessidade de uniformizar o canto do Hino à Bandeira entre civis e militares.”

As edições de 2.000 e 2.001 do Livro dos Dias, da Infinity Editorial, assim com o livro Saudações ao Pavilhão Nacional, de Xico Trolha, trazem a letra do hino com a palavra juvenil.

O CD comemorativo editado pelo Grande Oriente do Brasil quando da realização do Congresso COMPASSO PARA O FUTURO traz o hino com a palavra juvenil. Por outro lado, os CDs editados pelo Grande Oriente do Estado de Goiás e pela Loja Elias Nekar de Ribeirão Preto(SP), ambos destinados às sessões de iniciação, trazem o hino com a palavra varonil.

Particularmente, à vista do esclarecimento acima descrito, oriundo do Ministério do Exército, entendemos que a expressão correta seja JUVENIL. Contudo, caso algum Irmão tenha alguma informação que possa alterar esse posicionamento, seria interessante que a divulgasse com o objetivo de contribuir para a uniformização do nosso HINO À BANDEIRA, bem como resgatar o texto original sem interferir no trabalho do poeta Olavo Bilac.

JOSÉ ALVES FRAGA
Membro da Loja Maçônica Estrela da Serrinha 2033
Goiânia - GO

Fonte: http://www.gobgo.org.br/cultural/2009/juvenil.html

AS PALAVRAS DEVEM SER MAIS DO QUE PALAVRAS

AS PALAVRAS DEVEM SER MAIS DO QUE PALAVRAS

“Levantam-se templos à virtude e cavam-se masmorras ao vício”

A Maçonaria tem certos procedimentos que, muitas vezes, passa despercebidos em seu conteúdo à maioria dos Irmãos, no que concerne à alta significância do que representam. Um exemplo disso é o enunciado acima. Respondido durante o episódio do telhamento, as palavras deveriam tocar profundamente quem as pronuncia e quem as ouve, mas elas se perdem no vácuo das sensibilidades, sem que se aperceba da profunda exortação expressada.

Aliás, esse fato é comum na Maçonaria atual.

As palavras são ditas apenas pelo aparelho fonador de quem fala e registradas no aparelho auditivo de quem ouve. São apenas registros físicos que não motiva quem fala ou quem ouve. Para que as palavras surtam o efeito esperado e desejado elas necessitam ser sentidas, tocar o sentimento, o íntimo da pessoa, causando motivação, que transforma comportamentos.

Tudo que penetra em nossos sistemas, pelos órgãos dos sentidos comuns, só conseguirá causar transformação se produzir sentimento motivador. Os fatos indiferentes são inócuos. A repetibilidade de um fenômeno indiferente causará habituação e/ou extinção da resposta provocada inicialmente. Esse preceito é bem conhecido nas ciências biológicas.

A repetição continuada e desmotivada de nossas sessões cria o efeito da habituação ou extinção do sentimento de transformação nos ouvintes das palavras do ritual. Por isso, em nossas sessões maçônicas, o que se diz deveria ser recebido com motivação interior. Para isso acontecer, o maçom necessita estar interessado no desenrolar dos diálogos dos trabalhos e não apenas marcar presença para não se tornar irregular em Loja. Cada palavra que se diz nessas sessões não são palavras vãs. Elas possuem forças concentradas, em sua expressão, que transformam o ouvinte interessado num verdadeiro maçom, transmutando vícios em virtudes.

A história nos mostra que líderes da humanidade, para o bem ou para o mal, transformavam as multidões em aríetes de seus desejos, pela força de sua eloqüência.

As palavras faladas com sentimento, atingem a quem ouve com a energia de quem fala. Daí a grande importância do Venerável dirigir os trabalhos com o sentimento na voz e não apenas com a voz da palavra. Se assim proceder, os seus comandados recebem uma parcela de sua energia interior, tanto maior, quanto maior for sua força moral. Os trabalhos se tornarão mais agradáveis, por mais que se tornem rotineiros, pois, cada sessão nunca será igual a anterior, porque estará acrescida de maior vigor, pela somatória das energias passadas e presentes. Os maçons, por seu turno, se começarem a ouvir sentindo as palavras, irão meditar no seu significado moral com maior interesse em vivenciá-las, pois que acordará do sono letárgico em que se encontram.

É claro que tudo isso depende da vontade interior de cada um em ser ou em se tornar um bom e legítimo maçom.

“Levantam-se templos à virtude” - são belas palavras de exortação. O seu significado não é literal, bem o sabemos. É dever do maçom o cultivo das forças morais, o exercício dos abstratos substantivos tais como paciência, amor, caridade, humildade, perdão, amizade, sinceridade, tolerância, etc., tornando-os concretos adjetivos do maçom. Não podem ser apenas exortações doutrinárias ou religiosas, como alguns imaginam. Para o maçom são comandos interiores que operam a transformação de seu comportamento profano. A Ciência tem provado que o exercício dessas virtudes gera energias positivas nas pessoas, que podem modificar seu estado patológico em estado fisiológico ou sadio, enfim curar doenças. Esse estado energético interior tem a dimensão do tamanho da vontade do indivíduo. A expressão também indica ao maçom que deverá realçar as virtudes encontradas nos Irmãos e não evidenciar os seus defeitos ou vícios na maledicência comum. Se o Irmão apresenta um defeito moral o exercício da virtude nos manda ajudá-lo na sua transformação, usando os meios de que dispomos e os que sejam necessários para essa tarefa. Levantar templos à virtude também está presente quando nos esforçamos para manter a harmonia do lar, onde exercitamos a tolerância, o perdão, a compreensão e sobretudo o amor. Quando trabalhamos para minorar a ignorância e o sofrimento da sociedade também estamos levantando templos à virtude, pois, ela é a extensão do nosso lar.

O objetivo basilar da Maçonaria é promover a evolução moral do maçom, para que ele, moralizado, seja o agente multiplicador dessa moral, na sociedade em que se encontra inserido. Não só agente verbalizador da moral, mas também, e mais importante, um silencioso vivenciador dela, porque o exemplo vale por mil palavras. O levantar templos à virtude toca profundo o ser-maçom, mas se torna apenas belas palavras no estar-maçom.

“Cavam-se masmorras ao vício”- é o corolário do “levantam-se templos à virtude”. Acabar com os vícios significa extinguir o ódio, o rancor, a vingança, a mágoa, a maledicência, a intransigência, a vaidade, o orgulho, o egoísmo, a prepotência, o comodismo, etc., e tantos outros defeitos morais. Os concretos vícios orgânicos como a glutonaria, a sexolatria, a dependência de drogas, jogos de azar, alcoolismo são também alvos da artilharia maçônica, porque são escravizadores do homem. O princípio basilar da liberdade não é apenas o físico, mas também moral e psíquica.

Vício é tudo que degrada o ser humano, portanto, as masmorras são símbolos que nos diz para enterrarmos nossos defeitos, antes que eles nos enterrem (no amplo sentido do termo). Não é fácil realizar isso, porque o prazer que nossos vícios produz em nós é uma enorme força a nos prender. Esse prazer é tão real que nos entorpece a consciência e passamos a não senti-lo como vício. Se alguém assim o diz, duvidamos ou buscamos as devidas desculpas ou explicações para os manter. Entretanto, tocados pelo sentimento maçônico da transformação moral, desenvolvemos uma energia interior para desalojar esses vícios, grandes ou pequenos, de nosso ser. Essa energia a aurimos principalmente durante as sessões ou trabalhos maçônicos, quando comparecemos a eles com a motivação da autotransformação. Essa força de vontade, desenvolvida pela vontade de fazer força, é o instrumento de burilar a pedra bruta, que somos nós próprios.

Quando os maçons se conscientizarem e entenderem o significado moral de cada palavra que se diz em Loja, durante seus trabalhos, e passarem a vivenciá-las no dia a dia, veremos que nos tornamos uma poderosa força de transformação do mundo em todos os sentidos. A expressão “Educa-te a ti mesmo que o mundo se educará” não é expressão apenas das escolas propriamente assim configuradas, mas de todos que trabalham para a evolução da humanidade.

JOAQUIM TOMÉ DE SOUSA
Membro da Loja Maçônia
Loja Luz e Saber 2380
Goiânia - GO

Fonte: site da Loja Luz e Saber 2380

Fonte: http://www.gobgo.org.br/cultural/2009/palavras.html

A RELIGIÃO E A MAÇONARIA

Até hoje ouvimos questionamentos a respeito da nossa religiosidade, ou por outra, qual é a religião que professamos; muitos de nós maçons não estamos adequadamente preparados para responder a este questionamento de modo convincente, porém, acho que podemos e devemos dizer com toda tranquilidade:

- Maçonaria não é religião e não existe nenhum dogma religioso que force os seus membros a aceitá-lo; nós maçons simplesmente acreditamos na existência de um Ser Supremo, independente da crença de cada um dos seus membros.

A maçonaria, com suas milhares de lojas, esta presente em quase todos os países do mundo e desde o inicio da sua existência comprovada e documentada (1717) ela nunca foi sectária com qualquer religião e nunca promoveu ou aceitou que uma crença religiosa seja superior a uma outra.

Não existe um Deus maçom, para nós ELE é o Grande Arquiteto do Universo, que reverenciamos, porém, sem sectarismo, não oferecemos plano de salvação da alma após a morte; a maçonaria é uma invenção humana e nunca tivemos a pretensão de que as nossas cerimônias sejam guiadas pelas mãos de Deus.

Se acreditamos em um Ser Supremo, estamos descartando a presença de uma pessoa atéia em nossos templos, pois, ao pretender iniciar na nossa Ordem, o candidato precisa confirmar esta sua crença pessoal em um Deus Supremo; nenhuma loja maçônica regular pode abrir seus trabalhos sem que a Bíblia ou outro livro sagrado adotado por seus membros, esteja aberto no altar; assim como nominamos Deus com a expressão GADU, o livro que é aberto no altar é denominado Livro sagrado da Lei que, dependendo do local onde está sendo realizada a sessão, poderá ser A Bíblia Cristã, O Corão - Muçulmano, Tanach - escrituras Hebréias, Veda- Indu, ou mesmo os provérbios de Confúcio; em Israel são abertos três livros simultaneamente: a Bíblia, o Tanach e o Corão.

Todos os maçons são obrigados a fazer os juramentos que forem necessários, colocando a mão sobre um destes Livros Sagrados; se um indivíduo não acredita em um poder maior que ele mesmo, o juramento não terá nenhum significado para sua consciência.

Em algumas partes do mundo, Escandinávia, por exemplo, algumas lojas maçônicas exigem que os membros sejam cristãos e no Grande Oriente da França, considerada irregular por quase todas as potências maçônicas do mundo, é permitida a presença de ateístas como membros das lojas; alguns graus do Rito York e do Rito Escocês, apresentam temas Cristãos, usando como exemplos o Novo Testamento; embora nestes graus tenhamos lições de moralidade, , não existe a necessidade de se acreditar no Cristianismo, pois muitos Judeus maçons freqüentam estes graus, sem no entanto serem crentes de Cristo.


A Maçonaria e os Evangélicos

Não existe dúvida que a maçonaria nos Estados Unidos é constituída, em sua imensa maioria de membros, de Protestantes Anglo-saxônicos, aliás, em quase todos os países de língua inglesa o fenômeno se repete; a maioria absoluta dos corpos dirigentes dos protestantes nos Estados Unidos não fazem objeção a que seus membros sejam maçons, embora, eventualmente surjam vozes discordantes, como o ocorrido recentemente na Convenção da Igreja Batista do Sudeste, a maior associação de Batistas dos Estados Unidos que anunciou que a maçonaria é inconsistente com a crença que professam.

Na verdade o grande problema existente entre a maçonaria e os protestantes é a presença de grupos fundamentalistas e estes fazem objeção que os seus membros frequentem a maçonaria; a razão é o fato de que alguns dos seus ministros encorajam seus membros a “revelarem” sua fé em qualquer lugar e a qualquer hora; como na loja maçônica não há espaço para esta atividade, pela proibição de se fazer pregação sobre qualquer religião, torna-se impossível a pretendida pregação.

Sabemos, juntamente com alguns milhões de homens, através de mais de três séculos, que se tornaram membros desta Ordem Fraterna e dezenas de milhares deles eram Ministros religiosos, Rabinos, Bispos ou outros teólogos, que nenhum deles (que foram membros) confirmaram estas mentiras.

Há alguns anos, um irmão mestre maçom, da nossa Loja pediu “quit-place” e tive a oportunidade de conversar com ele, indagando-lhe a razão daquela atitude, respondeu-me que a igreja a que ele pertencia (não sei qual, porém, tenho certeza que era uma destas fundamentalistas que citei acima); não desejava que ele continuasse na Ordem; por que? Quis saber.

Ele então me respondeu, com toda sinceridade:

- Existem segredos na Ordem que só são revelados para os que atingem o grau 33 em uma cerimônia satânica de iniciação, ali são revelados o real desiderato da Ordem: dominar o mundo, impedindo o progresso da minha religião e o fato de nenhum membro poder expor sua fé e revelar para os outros irmãos o caminho da salvação dentro da Loja, mostra o poder deste segredo que não é revelado para todos os outros irmãos.


A Maçonaria e os Judeus

A maçonaria não tem nenhum conflito com o judaísmo; os primeiros judeus a iniciarem em uma loja maçônica fizeram em Londres por volta de 1721, justamente em uma época em que a sociedade européia se recusava a aceitar os judeus no seu meio, impedindo-os, inclusive, de assumir qualquer nacionalidade.

Voltando um pouco na história é preciso se lembrar da Peste bubônica que dizimou quase um terço da população européia no ano de 1.300 e os Judeus foram considerados culpados por este acontecimento, estes e outros eventos semelhantes deixaram marcas indeléveis na vida deste povo.

Ao serem aceitos na Loja maçônica, sentiram o fato como o símbolo da liberdade e da igualdade, em contraste com a sociedade que lhe afligia restrições; a loja foi o lugar onde Cristãos e Judeus sentaram-se lado a lado em igualdade de condições.

Alguns de nossos rituais levam-nos ao Velho Testamento, cujo conteúdo podemos dividir com os Judeus os ensinamentos dalí emanados, principalmente nossos primeiros três graus, que fazem referências a construção do templo de Salomão, construído pelos judeus.

Apesar de assistirmos, imobilizados, mais de seis décadas de violência no Oriente Médio, provocada pela criação do Estado de Israel em 1948, a maçonaria é muito forte em Israel, existindo ali cerca de 50 lojas, com Judeus, Cristãos e muçulmanos trabalhando juntos; o selo oficial da Grande Loja de Israel inclui a estrela de David, a Cruz Cristã e a lua crescente dos muçulmanos.

Em São Paulo existe uma loja maçônica quase que exclusiva de Judeus, o venerável da mesma é um médico cirurgião do aparelho digestivo e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, meu amigo Dr. Bruno Zilberstein.


A Maçonaria e o Islamismo

Como ocorre com o judaísmo e o Cristianismo, a maçonaria não tem conflito com o Islamismo, embora, no momento, apenas o Marrocos, Líbano e Turquia, dentre os países muçulmanos, aceitam as lojas maçônicas no seu território; em vários países Islâmicos, ser maçom pode resultar em sentença de morte

Há cerca de quatro anos estive em Istambul na Turquia, quando tive a oportunidade de visitar uma loja maçônica, onde fui recebido com enorme carinho por dois maçons que lá estavam; mostraram-me o interior da loja, onde fui fotografado em frente ao altar.

A história da relação da maçonaria com a Turquia é um capítulo à parte, a Ordem teve no passado grande dificuldade naquele país; tudo começou com o Papa Clemente XII que, como sabemos, excomungou a nossa ordem em 1738; naquela época era Sultão do Império Otomano, Mahmut I que, por conveniência política, seguiu à risca a bula Papal, proibindo a presença da maçonaria em todo o Oriente Médio e na África do Norte.

Na década de 1920 iniciou-se a chamada guerra pela Independência Turca, que foi um conjunto de levantes militares e políticos, capitaneados pelo maçom Mustafá Kemal Atatuk e que culminou com a dissolução do Império Otomano em 1922.

Logo após assumir a presidência do país em 1923, Atatuk iniciou o processo de separação entre a religião e o Estado ( O Islamismo deixou de ser religião do Estado em 1928), da generalização da instrução, permitindo o voto à mulher (aliás, antes de Portugal) e a incorporação do alfabeto latino, em vez do Árabe (hoje o árabe é utilizado apenas para assuntos religiosos, pois o Alcorão é escrito em Árabe); além disto ele aboliu a obrigatoriedade do uso do véu pelas mulheres.

Estas movimentações iluministas possibilitaram o retorno da maçonaria ao território turco, hoje com muita atividade laborativa; pelas pesquisas que efetuei, fiquei sabendo que ele, Atatuk, pertenceu a Loja maçônica “Italiana Macedônia Resorta Veritus” de Ancara.

Atatuk governou a Turquia por 15 anos, hoje existe um museu e Mausoléu em Ancara (capital da Turquia) em sua homenagem, ocupando uma área de 750 mil metros quadrados; em quase todas as cidades turcas existem monumentos em sua homenagem, tive a oportunidade de ver uma sua estátua em Istambul, a maior cidade da Turquia, situada no estreito de Bósforo.


A maçonaria e o catolicismo

Sabemos que temos alguma dificuldade de relacionamento com a cúpula da igreja católica, tudo começou com o Papa Clemente XII que editou, em 1738 uma bula, ameaçando com excomunhão qualquer católico que aderisse à maçonaria, várias outras bulas foram editadas tendo como foco a maçonaria, porém, a mais violenta delas foi a do Papa Leão XII em 1882 (Humanum Genus). Ele dividiu o mundo em dois reinos, de Deus e de Satã e a maçonaria foi incluída no reino de Satã.

Embora o Canon católico editado em 1983, não faça referência explícita à maçonaria, coisa que acontecia nas outras bulas (consideravam, todas elas, a maçonaria uma instituição subversiva, sob o ponto de vista político e religioso); levou muitos católicos sinceros na fé, a procurar as lojas maçônicas para se iniciarem, porém, no mesmo ano de 1983, o Cardeal Ratzinger, que depois tornou-se o Papa Benedito XVI, na época presidente da Sacra Congregação para a Doutrina da Fé, fez um esclarecimento, dizendo que não houve nenhuma mudança e que se um católico se tornar um maçom, poderá não receber a comunhão da igreja.

Embora no Brasil, especialmente em Goiás, não tenhamos, como instituição, nenhuma dificuldade na convivência com a igreja católica, a situação continua um pouco confusa, se formos observar o que existe de documentação. O maçom sabe que não existe conflito entre a sua religião e a nossa fraternidade, frequenta as duas instituições sem nenhuma crise de consciência.

Como maçom e católico considero uma grande pena estes acontecimentos, pois, no passado tivemos (figuras eclesiásticas da igreja católica e a maçonaria) relacionamento que permitiu algumas epopéias da história do Brasil; aproveitando a aproximação da data da nossa independência, para apenas referir a um acontecimento, está registrada na historiografia (nada pode mudar estes fatos), que vários padres ombrearam com a nossa instituição na luta pela Independência.

Um dos locais, considerado o Centro da Conspiração do movimento da Independência, era o Convento de Santo Antonio, no largo da Carioca no Rio de Janeiro, onde vivia o maçom, membro e ex-orador da Loja Comércio e Artes, Frei Francisco Sampaio; ali se reuniam, junto com Frei Sampaio, dentre tantos outros, os maçons Gonçalves Ledo, Cônego Januário Barbosa, José Joaquim da Rocha.

Se quisermos basear em informações divulgadas por historiadores não maçons, basta consultar “João Dornas Filho- Os Andradas na História do Brasil” para se inteirar da sua afirmativa: “A Lêdo e ao Cônego Januário se deve a proclamação ao Imperador, forçando-o ao Fico” ; precisa mais evidência para esta combinação de esforços entre a Igreja católica e a maçonaria?

Tivemos sob nosso teto, como maçons convictos, uma grande quantidade de padres, cônegos e frades, inclusive dois bispos – Dom Azeredo Coutinho, de Olinda e Dom José Caetano da Silva Coutinho, Bispo da Diocese do Rio de Janeiro.

Na atualidade, como assinala o escritor maçom João Bosco Corrêa, o grande acontecimento foi a missa celebrada por Dom Avelar Brandão Vilela, na Grande Loja Liberdade, no natal de 1975, com grande repercussão, tanto no Brasil como no exterior.

Tivemos no passado, na época do Império, uma grave crise entre a Igreja católica e a Maçonaria, porém, acredito que este poderá ser assunto para outra oportunidade, uma vez que alongamos mais do que devíamos esta exposição.

HÉLIO MOREIRA
Membro da Loja Maçônia
Asilo da Acácia 1248
Academia Goiana de Letras, Academia Goiana de Medicina,
Academia Goiana Maçônica de Letras
hmoreira@cultura.com.br

Palestra proferida na Loja Asilo da Acácia em 23/08/2011

Fonte: http://www.gobgo.org.br/cultural/2011/Religiao.html

O COBRIDOR INTERNO DE CADA UM


(Reflexões sobre a Consciência)

Todos os códigos e preceitos morais, estabelecidos em todas as épocas, têm um denominador comum: a separação entre o que é bom e o que é mau. Fazer o que é bom é moralmente correto. O que modifica é o conceito de BEM, variável segundo a cultura e evolução de um povo, em cada época. Variável também sob influências religiosas. Até mesmo a situação geográfica poderá influir no conceito do bem e do mal.

O homem primitivo, o Pithecantropus erectus, provavelmente era dotado de uma consciência rudimentar, não vivendo muito diferente dos outros animais. Mas, através dos milênios, o homem foi adquirindo autoconsciência, tomando conhecimento de si mesmo e do mundo à sua volta. Através da autoconsciência, o homem cria possibilidades de níveis mais altos de integração. Nesse estágio, o homem sabe que sabe e tem a faculdade de estabelecer julgamentos morais dos atos realizados, distanciando-se, deste modo, de outras espécies animais.

À medida que o homem, individualmente ou como raça, evolui, expandindo sua consciência, vai tornando mais complexa sua relação com o mundo e com si mesmo, porque outros fatores tornam-se importantes na estruturação de sua conduta moral. Um exemplo significativo, que me veio agora à mente: a escravidão de seres humanos. Há os relatos bíblicos a respeito desse assunto e, mais próximo de nós, a escravidão humana, oficializada em nosso país, até há bem pouco tempo. Era normal o senhor rico, dono de terras, construtor de igrejas (religioso portanto) ter os seus escravos, a quem tratava como animais, separados em senzalas, sem direitos e sujeitos a castigos inomináveis. Ah, mas havia os senhores bons! Até que ponto eram bons? Porque castigavam menos?

O que eu quero dizer é que, moralmente, era tido como correto ter, entre seus bens, os escravos. Além de tudo, amparado por lei. E ninguém tinha dor de consciência porque, além de legal, os limites das consciências de então eram muito estreitos, pautavam-se por padrões que hoje até nos horrorizam, e são incompreensíveis para nós. Havia as exceções, e entre estas, orgulhosamente, os maçons.

Outro exemplo é a separação de classes, mais evidente nos antigos, não tão antigos, reinados da Europa. A distância entre a plebe e a nobreza, odiosa, era uma coisa “natural”. Como era natural mandar alguém para a fogueira simplesmente por admitir fatos, tidos como heréticos, e que hoje qualquer pessoa admite como se nunca houvesse sido diferente. Mutatis mutandis, hoje é a mesma coisa, com outra roupagem, basta ler os jornais e ver a televisão. As condutas morais em nosso tempo, estribadas na maior parte em leis, estão a exigir outras “revoluções francesas”. Revoluções brancas, sem dúvida, porque de 1.792 até agora, a humanidade evoluiu um pouco e, em vez de paus, porretes, sabres ou baionetas, temos o voto, arma silenciosa porém, de uma eficácia ainda não percebida por todos.

Retomando o fio do raciocínio: à medida que o homem cresce interiormente, tomando consciência dos valores intrínsecos da alma, seus padrões morais também se modificam, tornam-se mais sutis, havendo maior exigência de si mesmo no comportamento moral. Há a influência do meio, da estabilidade social, da religiosidade, da cultura própria de seu país e de muitos outros fatores.

De qualquer maneira que se olhar o padrão moral do homem, ou de um povo, uma coisa é certa: a consciência é o fator principal na crivagem do bem e do mal.

A consciência é o Cobridor Interno. É o guardião permanente de nossa conduta. A todo momento, em nosso dia-a-dia, nos relacionamentos profissionais ou familiares, a nossa consciência é abordada no sentido de responder às questões que surgem. É ela quem nos diz: isso é bom ou isso é mau. Por isso, é preciso reflexão antes de tomarmos decisões, na base do sim ou do não. Uma conduta impensada, uma frase inoportuna e mal colocada, poderão trazer-nos dissabores o resto da vida, porque agimos contra a consciência, que não teria sido ouvida devidamente.

Tomemos tento, portanto, em nosso guardião interno. Falar e agir, segundo seus ditames. Se ele nos diz, não faça isso, não façamos.

De um modo geral, o que não gostaríamos que nos fizessem, não devemos fazer a outrem. Agindo assim, teremos um bom caminho andado para vivermos felizes e cheios de amigos, não sendo necessário abandonar nossos princípios e nem pactuar com atos indignos ou incorretos.

Num homem pouco evoluído, no entanto, esses limites de consciência não tem a mesma dimensão da de um homem com mais madurez de alma e, assim, o mal praticado por alguns, não teria para os seus praticantes o mesmo nível moral. Praticam o mal sem se aperceberem do desvio moral em que estão incorrendo. É necessário apenas um pouco de atenção para percebermos isto, em nossos relacionamentos imediatos ou não. (Um exemplo recente é o do deputado “pianista”, no Congresso. Para muitos de seus pares, e para ele próprio, um deslize pequeno não significa ser desonesto. . . questão de ponto de vista).

Em nossos Templos, em fora deles, temos um campo imenso para exercitar a consciência – e expandi-la. No silêncio de nosso Templo Interior, abriga-se a alma, com os atributos que lhe foram dados pelo Grande Arquiteto do Universo, Deus.

Quando tivermos consciência de todo o nosso potencial espiritual, estaremos prontos para sermos maçons, em plenitude.

FAUSTO RODRIGUES DO VALLE
Membro da Loja Maçônica Francis Bacon 2610
Goiânia - GO

Fonte: http://www.gobgo.org.br/cultural/2009/cobridor.html