sábado, 23 de outubro de 2010

A Águia de Lagash

A "Águia de Duas Cabeças de Lagash" é o mais antigo brasão do Mundo:. Nenhum outro simbolo emblemático no Mundo pode rivalizar em antiguidade:. A sua origem remonta à antiquíssima Cidade de Lagash:. Era já utilizado há cerca de mil anos antes do Êxodo do Egipto, e há mais de dois mil anos quando foi construído o Templo do Rei Salomão:.Com o passar dos tempos, passou dos Sumérios para o povo de Akkad, destes para os Hititas, dos recônditos da Ásia menor para a posse de sultões, até ser trazida pelos Cruzados aos imperadores do Oriente e Ocidente, cujos sucessores foram os Hapsburg e os Romanoff:.Em escavações recentes, este «brasão» da Cidade de Lagash foi descoberto numa outra forma: uma águia com cabeça de leão, cujas garras se cravam nos corpos de dois leões, estes de costas voltadas:. Esta é, sem dúvida, uma variante do símbolo da Águia:.A Cidade de Lagash situava-se na Suméria, no sul da Babilónia, entre os rios Eufrátes e Tigre, sendo perto da actual cidade de Shatra, no Iraque:. Lagash possuía um calendário de doze meses lunares, um sistema de pesos e medidas, um sistema de banca e contabilidade, sendo ainda um centro de arte e literatura, para além de centro de poderes político e militar, tudo isto cinco mil anos antes de Cristo:. No ano 102 a.C., o cônsul romano Marius decretou que a Águia seria um símbolo da Roma Imperial:. Mais tarde, já como potência mundial, Roma utilizou a Águia de Duas Cabeças, uma voltada a Este e outra a Oeste, como símbolo da unidade do Império:. Os imperadores do Império Romano Cristianizado continuaram a sua utilização e foi depois adoptado na Alemanha durante o período de conquista e poder imperial:.Tanto quanto sabemos, a Águia de Duas Cabeças foi primeiramente utilizada na Maçonaria em 1758, por uma facção maçónica de Paris - Os Imperadores do Oriente e Ocidente:. Durante um breve período, os Imperadores Maçónicos do Oriente e Ocidente controlaram os Graus avançados então em uso, vindo a ser percussores do Rito Escocês Antigo e Aceite:.A inscrição em Latim por debaixo da Águia de Duas Cabeças - "Spes Mea in Deo Est" - significa: "A Minha Esperança Está Em Deus":.Fonte: Scottish Rite [clique para aceder ao site]

Fonte:http://www.maconaria.net/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=168&Itemid=11

Lendas e Tradições

I – SIMBOLISMO DOS MISTÉRIOS

"No final do séc. XVII e pricípio do séc. XIX, muitos europeus, incluido Maçons, encaminharam-se para o Médio-Oriente, onde encontraram relíquias das culturas ancestrais que haviam praticado os Antigos Mistérios. Os Maçons de espírito filosófico reconheceram nelas semelhanças entre a sua Ordem e estas tradições ancestrais. Os simbolos semelhantes, alguns dos quais, como a escada do Templo de Mithras, são partilhadas pela Maçonaria, encorajando a linha de pensamento que defende a ligação intrínseca com estes rituais ancestrais."

"Ainda que haja uma clara evidência de uma ligação genérica entre o Ofício e os Antigos Mistérios, não há provas de como este material poderá ter sido transmitido ou de como poderá ter permanecido escondido e imune à Idade Média e à acção da Inquisição." - W. Kirk MacNulty, Freemasonry - A Journey through Ritual and Symbol

"A Maçonaria oculta os seus segredos de todos, à excepção dos seus seguidores e sábios, ou os Eleitos, e utiliza falsas explicações e falsas interpretações dos seus simbolos para induzir em erro aqueles que merecem ser induzidos em erro; para ocultar a Verdade, chamada de Luz, destes e para a manter afastada dos mesmos."- General Albert Pike, Morals and Dogma

Deve-se agora uma breve nota sobre Albert Pike. Pike (1809-91) era um Brigadeiro General da Confederação durante a Guerra Civil Americana que, quase sozinho, foi responsável pela criação da forma moderna do Rito Escocês Antigo e Aceite. Abastado, literado e detentor de uma extensa biblioteca, foi o Líder Supremo da Ordem de 1859 até à data da sua morte, tendo escrito diversos livros de História, Filosofia e viagens, sendo os mais famosos Moral e Dogma. Excluindo os quase meio milhão de praticantes do R:.E:.A:.A:., a grande parte dos maçons nunca leu a obra de Pike. Pike é frequentemente criticado pelos seus Irmãos Maçons que o acusam de, com a sua visão mística e controversa, ter amplamente alimentado os inimigos da Maçonaria.


"...O Rito é organizado como uma pirâmide, o majestoso túmulo de Hiram, no topo do qual uma 'misteriosa escada' de sete degraus é colocada, semelhante ao caminho de Eraclitus, que sobe e desce, sendo uma e a mesma. A imagem da pirâmide remete-nos de imediato para os sepulcros egípcios e à viagem de desprendimento do corpo, subindo, que constitui o objectivo da Iniciação. Simultaneamente, sintetiza de uma forma maravilhosa a sedimentação de tradições que o Rito provocou..." - Maurizio Nicosia, The Sepulchre of Osiris



'Let there be light!' - the Almighty spoke,
Refulgent streams from chaos broke,
To illume the rising earth!
Well pleas'd the Great Jehovah flood -
The Power Supreme pronounc'd it good,
And gave the planets birth!
In choral numbers Masons join,
To bless and praise this light divine."

- Poema maçónico de "Anthem III" in Ilustração da Maçonaria de William Preston (1804)

II – O ARQUITECTO DO UNIVERSO

"De acordo com o Professor Cornford [do Royal College of Art], todas as pinturas dos velhos mestres que investigou eram conformes com 'formas perfeitamente geométricas e/ou subdivisões aritméticas do rectângulo'. Existiam dois tipos de sistemas básicos – um 'era baseado na crença da Criação descrita em Timaeus, de Plato, e foi publicado por Alberti no seu “Ten Books on Achitecture” (Florença, 1485). Este sistema procede pela utilização do cálculo e da construção com instrumentos e teve grande adesão na Alta Renascença e no período imediatamente seguinte, já que tanto desassociava a arte e a arquitectura das velhas e manuais formas maçónicas de trabalho da Idade Média, como as associava à escola humanística. Para além disso, o sistema numérico utilizado era uma espécie de invocação do Divino enquanto a construção ou pintura se tornaram um ensaio microcósmico do acto primário de criação."

"O outro tipo de sistema era o maçónico-geométrico. De acordo com o Professor Cornford, este era 'incomparavelmente o mais antigo dos dois, parecendo de facto ser já conhecido pelos antigos egípcios e à nossa própria cultura megalítica. Sobreviveu, frequentemente rodeado de uma atmosfera de segredo do Ofício (ou até de culto), ao tempo de Alberti, e, subsequentemente, desapareceu sem deixar rasto…”- Henry Lincoln, The Holy Place

“Quem seguisse o Caminho do Artífice teria de fazer uma coisa mais. Deveria lembrar sempre que estava a construir o templo de Deus. Construía um edifício em consciência onde ele mesmo era uma pedra individual e única. Com o tempo, cada ser humano polirá a sua pedra e a colocará no Templo, e então o Templo estará completo; Deus comtemplará Deus no Espelho da Existência e existirá então, como no Início, um único Deus.” - W. Kirk MacNulty, The Way of the Craftsman

“Os Antigos Mistérios não deixaram de exitis quando o Cristianismo se tornou a religião mais poderosa no mundo. O grande Pan não deixou de existir, e a Maçonaria é a prova da sua sobrevivência. Os Mistérios pré-cristãos assumiram, simplesmente, o simbolismo da nova fé, perpetuando por meio dos seus simbolos e alegorias as mesmas verdades que possuídas pelos sábios desde o prícipio do mundo. Não há, portanto, uma verdadeira explicação para o facto de simbolos cristãos encerrarem em si o que é escondido pela filosofia pagã. Sem as misteriosas chaves transportadas pelos líderes dos cultos egípcio, brâname e persa, os portais da Sabedoria não poderiam ser abertos.” - Manly P. Hall, Masonic, Hermetic, Quabbalistic & Rosicrucian Symbolical Philosophy

“Porque Ele (Deus) é o Construtor e Arquitecto do Templo do Universo; ele é o Verbum Sapienti." - Yost, i, 411


“No Timaeus de Plato aparece a primeira alusão ao Criador enquanto ‘Arquitecto do Universo’. O Criador, em Timaeus, é chamado ‘tekton’, ou ‘mestre construtor’. 'Arche-tekton' denota, por conseguinte, 'mestre artífice' ou 'mestre constutor'. Para Plato, o 'arche-tekton' traçou o cosmos por meio da geometria.” - Baigent & Leigh, The Temple and the Lodge

“Apesar de a Maçonaria requerer que os seus candidatos confirmem a sua crença em Deus, não aprofunda o sujeito, deixando a religião e sua prática ao Maçon enquanto indivíduo.” (nota de tradução: isto pretende afirmar que a Maçonaria requer a crença num Deus, não forçosamente o Deus Cristão) “Assim, é possibilitado a homens de todas as religiões o acesso ao estudo dos princípios morais e filosóficos da Maçonaria.” - W. Kirk MacNulty, Freemasonry - A Journey through Ritual and Symbol

Fonte: http://www.maconaria.net/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=167&Itemid=12

As origens da Maçonaria

Sobre as origens da Maçonaria têm-se gasto rios de tinta e escrito as mais fantasiosas histórias:. Desde os mistérios de Elêusis ao rei Salomão e à Ordem do Templo, tudo tem servido a maçons, desejosos de exaltar a antiguidade da Ordem, e a profanos não menos desejosos de denegrir essa mesma Ordem, para escreverem patranhas e balelas, confrangedoras pela ingenuidade e ignorância que revelam:.

Ligação directa com o passado, só a encontramos no que respeita ao corporativismo obreiro:. Como diz o historiador da Maçonaria Paul Naudon, numa frase concisa e perfeita, "a franco-maçonaria apresenta-se como a continuação e a transformação da organização dos mesteres da Idade Média e do Renascimento, na qual o elemento especulativo tomou o lugar do elemento operativo":.

As corporações dos mesteres conheciam, é claro, para além do seu carácter puramente profissional, preocupações de outra natureza: religiosa, iniciática, caritativa, cultural até:. Tinham seus patronos próprios, suas festas rituais - muitas vezes remontando à Antiguidade, mas com "disfarce" cristão -, seus mistérios, sua intensa solidariedade:. A corporação dos pedreiros, ligados à nobre arte da arquitectura, incluía-se entre as mais importantes, respeitadas e ricas em simbologia e em segredos:. Nela se fundiam princípios, práticas e tradições de construção que remontavam aos Egípcios, aos Hebreus, aos Caldeus, aos Fenícios, aos Gregos, aos Romanos e aos Bizantinos, em suma, a todo o corpus da civilização europeia:. Neste medida, e só nela, se pode ligar a Maçonaria a uma remota Antiguidade:.

É certo que não deixa de impressionar, na cristalização maçónica de hoje, a existência de todo um conjunto de elementos que lembram a organização das ordens da cavalaria e, sobretudo, o ideário dos Templários:. Grande parte do vocabulário maçónico está ligado, por sua vez, ao judaísmo bíblico:. Parece, todavia, que esta associação se deve mais à influência que os Templários exerceram na construção civil e religiosa e nas próprias corporações dos pedreiros do que a uma ligação directa entre Ordem do Templo e Ordem Maçónica:. Não convém esquecer que boa parte dos rituais, ditos escocês e francês, com sua complexa emblemática, foi "inventada" no século XVIII nas cortes e salões aristocráticos da Alemanha, França e Inglaterra:.

As corporações dos pedreiros, como muitas outras, podiam aceitar no seu seio determinadas pessoas que, em rigor, lhes estariam à margem:. Era o caso de estrangeiros, de clérigos, de agregados à profissão, de personalidades desejosas de se integrarem ou de utilidade à corporação:.Já desde o século XV, por exemplo, que as corporações maçónicas escocesas tinham impetrado do rei o privilégio de terem à sua frente, como "grande mestre", um nobre de boa linhagem, hereditário:. No século XVII, muitas lojas de pedreiros britânicas foram reorganizadas segundo o modelo das academias italianas:. Estes maçons aceites tornaram-se, com o andar dos tempos, tão numerosos que imprimiram à corporação de que faziam parte um facies completamente diverso do anterior:. Nas corporações onde tal começou a acontecer, o elemento operativo foi cedendo o lugar ao elemento especulativo:.

Uma transformação deste tipo levou centenas de anos a completar-se:.E só na Grã-Bretanha, onde a tradição corporativa - como tantas outras tradições - se manteve sem desfalecimento até ao século XVIII, foi possível às antigas lojas de pedreiros operativos converterem-se, por completo, em lojas de pedreiros especulativos, mantendo, não obstante, o prestígio e o relevo social do passado:. Só na Grã-Bretanha também, se conservaram o simbolismo e o ritual de tempos remotos, enriquecidos - e, não poucas vezes, deturpados - pela continuidade secular da sua prática:.


* Fonte: Grémio Fénix (GOL, Lisboa)

Fonte: http://www.maconaria.net/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=161&Itemid=18

O que é a Maçonaria?

Não possui a Maçonaria leis gerais nem livro santo que a definam ou obriguem todo o maçon através do Mundo; nao sendo uma religiao, nao tem dogmas:. Em cada país e ao longo dos séculos, estatutos numerosos se promulgaram e fizeram fé para comunidades diferentes no tempo e nos costumes:. Mas isso nao obsta a que a Maçonaria possua certo número de princípios básicos, aceites por todos os irmaos em todas as partes do globo:. É essa aceitaçao, aliás, que torna possível a fraternidade universal dos maçons e a sua condiçao de grande família no seio da Humanidade, sem que, no entanto, exista uma potencia maçónica à escala mundial nem um Grao-Mestre, tipo Papa, que centralize o pensamento e a acçao da Ordem:.CONSTRUÇÃOVejamos o seu nome Maçonaria vem provavelmente do frances "Maçonnerie", que significa uma construçao qualquer, feita por um pedreiro, o "maçon":. A Maçonaria terá assim, como objectivo essencial, a edificaçao de qualquer coisa:. O maçon, o pedreiro-livre em vernáculo portugues, será portanto o construtor, o que trabalha para erguer um edifício:.
JUSTIÇA SOCIALA Maçonaria admite, portanto, que o homem e a sociedade sao susceptíveis de melhoria, sao passíveis de aperfeiçoamento:. Por outras palavras, aceita e promove a transformaçao do ser humano e das sociedades em que vive:. Mas, para além da solidariedade e da justiça, nao define os meios rigorosos por que essa transformaçao se há-de fazer nem os modelos exactos em que ela possa desembocar:. Nada há, por exemplo, no seio da Maçonaria, que faça rejeitar uma sociedade de tipo socialista ou de tipo liberal:. O que lhe importa é um homem melhor dentro de uma sociedade melhor:.
ACLASSISMODos ideais de justiça e solidariedade humanas, levados até rs últimas consequencias, resulta naturalmente o ser a Maçonaria uma instituiçao aclassista e anticlassista, englobando representantes de todos os grupos sociais que, como maçons, devem tentar esquecer a sua integraçao de classe e comportar-se como iguais:. "A Maçonaria honra igualmente o trabalho intelectual e o trabalho manual", rezava o artigo 6s da Constituiçao de 1926:. E, nos requisitos para se ser maçon, exige-se apenas, para além de diversas condiçoes morais e intelectuais que mais adiante serao mencionadas, o exercer-se uma profissao honesta que assegure meios de subsistencia:. É verdade que a exigencia de se possuir a instruçao necessária para compreender os fins da Ordem exclui, desde logo, os analfabetos e grande parte das massas populares (em Portugal, entenda-se):. E é verdade também que a maioria dos maçons proveio e continua a provir dos grupos burgueses:. Mas isso deve-se apenas rs condiçoes históricas em que todas as sociedades tem vivido nos últimos 200 anos:. R medida que as classes trabalhadoras vao atingindo mais elevado nível social e cultural, assim o número de maçons delas oriundo tende a aumentar paralelamente:. Em Maçonarias de países como a Gra-Bretanha, a França ou a Holanda, o carácter aclassista da Ordem Maçónica nota-se com muito maior intensidade do que em Portugal ou na Espanha:.
APERFEIÇOAMENTO INTELECTUALO aperfeiçoamento do homem e da sociedade nao se poe apenas, para o maçon, em termos de melhoria económico-social:. Poe-se também, e sobretudo, em termos de melhoria intelectual, da afinamento das faculdades de pensar e de enriquecimento adquiridos:. Livre pensamento, para começar:. "A Maçonaria é livre-pensadora", dizia o artigo 3s da Constituiçao de 1926:. Mas livre pensamento nao coincide necessariamente com ateísmo:. Já um texto famoso e respeitado dos primórdios da instituiçao, as Constituiçoes de Anderson, de 1723, dizia que o maçon que entendesse bem de "Arte", "nunca será um ateu estúpido ou um libertino irreligioso:. Mas embora - continuava o texto - nos tempos antigos os maçons fossem obrigados, em cada país, a ser da religiao, fosse ela qual fosse, desse país ou dessa naçao, considera-se agora como mais a propósito obrigá-los apenas rquela religiao na qual todos os homens estao de acordo, deixando a cada um as suas convicçoes próprias(...)":. Hoje, talvez a maioria dos maçons professe um deísmo ou teísmo de conceitos vagos e alegóricos, embora nao faltem ateus nem crentes de variadas religioes, desde o cristao ao muçulmano:. O que todos rejeitam sao dogmatismos e exclusivismos confessionais:.
FRATERNIDADELevados às últimas consequências, os princípios atrás mencionados teriam de implicar uma fraternidade de tipo universal. Este é nao só um principio teórico, mas uma norma de prática quotidiana:. "A Maçonaria é uma instituiçao universal (...):. Todos os maçons constituem uma e a mesma família e dao-se o tratamento de irmaos, sendo iguais perante a lei", dizia o artigo 7º da Constituiçao de 1926:. " A Maçonaria estende a todos os homens os laços fraternais que unem os maçons sobre a superfície do globo" (artigo 5º do mesmo texto):. Através do ritual, que inclui vocabulário próprio e sinais de reconhecimento específicos, um maçon portugues pode contactar com um maçon japones e receber dele ou transmitir-lhe ajuda e apoio de qualquer género:. De facto, um dos deveres importantes do maçon, inserto nas Constituiçoes do mundo inteiro, consiste em reconhecer como irmaos todos os maçons, tratá-los como tais e prestar-lhes auxílio e protecçao, a suas viúvas e filhos menores:. A história da Maçonaria está cheia de casos que provam o geral cumprimento deste dever:.
DEMOCRACIA, IGUALDADEDemocracia e igualdade encontram-se também entre os princípios básicos da instituiçao maçónica. Todo o poder reside no povo, como o atestava o artigo 18s da Constituiçao de 1926, ao dizer que "A Ordem Maçónica em Portugal só reconhece a soberania do povo maçónico":. Todos os maçons sao iguais, independentemente do grau a que pertençam:. "Durante as sessoes maçónicas - rezava o artigo 17º, § único - todos os obreiros, qualquer que seja o seu grau ou o seu rito, estao sujeitos r mais perfeita igualdade, prevalecendo a opiniao da maioria, quando nao seja contrária rs leis e regulamentos":. Por sua vez, as células de organizaçao e de trabalho da Ordem, as chamadas Oficinas, "sao todas iguais em direitos e honras, e independentes entre si" (artigo 12s da Constituiçao) :. Nas Maçonarias de todo o mundo, o Grao-Mestre e os Grao-Mestres adjuntos sao eleitos pela totalidade do povo maçónico, variando apenas a forma dessa eleiçao:. Em muitos países, qualquer maçon, aliás, desde que tenha atingido a condiçao de Mestre (ou seja, maçon perfeito) pode, em teoria, ser eleito Grao-Mestre:. Outro tanto se verifica nas eleiçoes para os múltiplos cargos de cada oficina:.
OFICINAS [Lojas]Cada Maçonaria nacional está estruturada em células autónomas, "todas iguais em direitos e honras, e independentes entre si", designadas por oficinas:. Existem dois tipos de oficinas, chamados lojas e triângulos:. A loja é composta por um mínimo de sete maçons perfeitos, nao conhecendo limite máximo de membros:. O triângulo é composto por tres maçons perfeitos, pelo menos, e por seis, no máximo, passando a loja quando um sétimo membro se lhe vem agregar:.
Uma loja completa possui dez funcionários, que sao:
> Venerável ou Presidente, que preside aos trabalhos e os orienta:.> Primeiro Vigilante, que dirige os trabalhos dos companheiros e vela pela disciplina geral:.> Segundo Vigilante, que tem por funçao a instruçao dos aprendizes:.> Orador, encarregado de fazer a síntese dos trabalhos e deles extrair as conclusoes; é ainda o representante da Lei maçónica:.> Secretário, que redige as actas das sessoes e se ocupa das relaçoes administrativas entre a loja e a Obediencia:.> Mestre de Cerimónias, que introduz na loja e conduz aos seus lugares os visitantes, e ajuda o Experto nas cerimónias de iniciaçao:.> Tesoureiro, que recebe as quotizaçoes e outros fundos da loja e vela pela sua organizaçao financeira:.Os cargos, do Venerável ao Secretário, sao chamados as luzes da oficina:.
* Fonte: Grémio Fénix (GOL, Lisboa)

Fonte: http://www.maconaria.net/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=160&Itemid=19

ESPIRITUALIDADE MAÇÓNICA

Nesta pequena prancha, irei tentar falar-vos de Espiritualidade, entendendo-a como a vida do espírito, e este, como o poder de pensar. Não deveremos confundir Espiritualidade com religião, que é apenas uma das maneiras de a viver, ou com espiritualismo, que é apenas uma das maneiras de a pensar.

Entendo que a espiritualidade é uma dimensão da condição humana, mais do que o bem exclusivo de Igrejas, Religiões ou Escolas de pensamento.

Tomo como pressupostos que existe uma Espiritualidade religiosa, que pode ser comandada por razões de fé, ou seja, de carácter esotérico, ou por razões de temor, ou seja, de carácter exotérico; e que existe também, entre outras, uma Espiritualidade totalmente diferente, de carácter individual, mas não solitária, libertária na sua essência, a que irei chamar Espiritualidade Maçónica.

Será possível uma espiritualidade laica? Provavelmente, mais do que uma espiritualidade clerical ou do que uma laicidade sem espírito! Será possível uma espiritualidade sem Deus? Porque não? É aquilo a que tradicionalmente chamamos a Sabedoria, pelo menos numa das suas vertentes. Será necessário acreditar em Deus para que viva um espírito em nós?

Passemos à etimologia. A palavra vem do latim spiritus, o que em grego seria traduzível por psukhê (a etimologia, nestas duas línguas, faz referência ao sopro vital, à respiração) e também por pneuma. Isto significa que a fronteira entre o espiritual e o psíquico é porosa... O amor, por exemplo, pode pertencer a ambos. A fé é um objecto psíquico como outro qualquer. Mas é também uma experiência espiritual. Digamos que tudo o que é espiritual é psíquico, mas nem tudo o que é psíquico é espiritual. O psiquismo é um conjunto cujo vértice ou extremo seria a Espiritualidade…

Na prática, fala-se de Espiritualidade para a parte da vida psíquica que nos parece mais elevada: aquela que nos confronta com Deus ou com o absoluto, com o infinito ou com o todo, com o sentido ou a falta de sentido da vida, com o tempo ou com a eternidade, com a oração ou o silencio, com o mistério ou o misticismo, com a oração ou a contemplação. É por isso que os crentes se sentem tão à vontade com ela. É por isso que os ateus têm (ou sentem?) tanta necessidade dela. Da Espiritualidade!

A Espiritualidade, para os crentes, tem um objectivo claramente definido (mesmo que não conhecível), que será um sujeito, que será Deus. A Espiritualidade é aqui um encontro, um diálogo, uma história de amor ou de família. “Meu Pai”, dizem eles. Será isto espiritualidade ou psicologia? Mística ou afectividade? Religião ou infantilismo?

O ateu é menos despojado ou menos pueril. Ele não busca um Pai, nem o encontra. Não instaura um diálogo. Não encontra um amor. Não habita uma família. Mas sim o Universo, o Infinito, o Silencio, a presença do Todo. Não uma transcendência, mas sim a imanência. Não um Deus, mas o devir universal, que o contém e transporta. Não um sujeito, mas a presença universal. Não um Verbo ou sentido, mas a verdade universal. Mesmo que conheça apenas uma ínfima parte dela, isso não impede que ela o contenha completamente…

Uma espiritualidade sem Deus? Será uma espiritualidade da imanência, mais do que da transcendência, da meditação mais do que da oração, da unidade mais do que do encontro, da fidelidade mais do que da fé, da “enstase” mais do que do “êxtase”, da contemplação mais do que da interpretação, do amor mais do que da esperança, e que será igualmente motivadora de uma mística, ou seja, de uma experiência da eternidade, da plenitude, da simplicidade, da unidade, do silêncio…

Estou em crer que é exactamente na síntese destes dois extremos que se situa aquilo a que ouso chamar a Espiritualidade Maçónica. Mas antes de a procurar definir, deverei afirmar que é apenas no trabalho maçónico que ela poderá ser verdadeiramente aprofundada.

Em primeiro lugar, importa esclarecer que a Maçonaria não sendo uma religião, é profundamente religiosa. É também pressuposto, em particular no nosso Rito, que o trabalho maçónico seja feito à glória do G.’.A.’.D.’.U.’.. No entanto, a Maçonaria não revela nenhuma verdade superior. Pelo contrário, convida os seus membros a procurarem a verdade para a realizarem em si mesmos, o que é profundamente diferente, colocando-os na via dessa procura e dessa realização, situando-se aqui o verdadeiro significado da iniciação.

É na sua própria interioridade que cada Maçon deve descobrir a verdade, longe de qualquer ensinamento ou sistema dogmático que lhe seja administrado do exterior. Ao contrário da maioria das religiões ocidentais, a Maçonaria ensina-nos que a verdade é algo que se deve procurar! Não existe, contudo, qualquer incompatibilidade, para cada Maçon, entre o método maçónico (chamemos-lhe assim) e a verdade revelada da sua religião (se ele a tiver), desde que ele se mantenha um livre pensador…

(Não sendo eu membro ou fiel de qualquer religião organizada, admito que seja possível, por exemplo, um aprofundamento da espiritualidade religiosa para um cristão, através de uma busca interior no do trabalho de Loja. É de qualquer modo inquestionável a origem cristã da Maçonaria, apesar de uma progressiva descristianização, por um lado, na Maçonaria inglesa, para uma melhor inserção dos judeus no seu seio, e na francesa, por outro lado, por influência do iluminismo. Esta temática caberá, contudo, noutro contexto).

A tolerância é uma das principais virtudes da Maçonaria e do Maçon. Trata-se de uma atitude interior que repousa no respeito pela pessoa humana, pela liberdade de pensamento e pelo percurso intelectual e espiritual de cada um. É neste pressuposto que assenta a minha afirmação de que a Espiritualidade Maçónica é uma Espiritualidade Libertária: ao sugerir um caminho individual para a descoberta da verdade, constrói também um percurso libertador. Esse percurso adquire uma força particular no momento do diálogo: “P: Que vimos buscar em Loja? R: A LUZ!”. É essa Luz, que só o trabalho de Loja é capaz de nos transmitir, que permite a cada um de nós o aprofundamento da nossa própria espiritualidade.

E o que é esse Trabalho de Loja senão o da Construção do Templo? Os Franco-Maçons colaboram conjuntamente na construção de um Templo, o que é determinante do carácter essencialmente colectivo da iniciação maçónica, (contrariamente por exemplo à alquimia, que é uma via iniciática solitária). Assim, se é no interior de si próprio que o Maçon encontra a sua espiritualidade, é no trabalho colectivo da Loja que ele absorve o método para a aprofundar.

A colaboração no mesmo projecto permite a construção de uma unidade fraternal e espiritual, que assenta na harmonia da Loja, como nós bem sabemos. A construção dessa unidade fraterna e espiritual que é a Loja é o primeiro nível em que se edifica o Templo em que trabalham todos os Maçons. O segundo nível é o da Ordem no seu conjunto. O terceiro, o da Humanidade no seu todo, através da irradiação que os Maçons devem exercer em seu torno, no mundo profano. Reside aqui o verdadeiro significado simbólico e operativo da Cadeia de União.

Poderemos, deste modo afirmar, em jeito de síntese, que a Espiritualidade Maçónica consiste na busca individual da Verdade, que se atinge através da Luz, assente num trabalho colectivo que consiste na construção de um Templo à glória do G.’.A.’.D.’.U.’., e pressupondo o desbaste da pedra bruta que é cada um de nós, tendo por base a tolerância.

Esta tarefa é libertadora porque nos ajuda a combater a injustiça, os preconceitos e os erros, e realiza-se no espaço infinito do Templo, que é cada um de nós, a Loja, a Maçonaria Universal e toda a Humanidade, e na trilogia do tempo, que a nossa língua permite integrar: o metereológico (a coberto), o cronológico (do meio dia até à meia noite) e o kairológico (em cada momento é o tempo certo).

Porque a harmonia é um acordo feliz e agradável entre vários elementos simultâneos mas independentes uns dos outros, que condiciona a Beleza…, a vontade, a perseverança e o trabalho são o verdadeiro sustentáculo da Força…, atingiremos um dia a Sabedoria, através da busca da Verdade, que consiste no aprofundamento da nossa Espiritualidade individual!



L.'.C.'.
M.'.I.'., Loja Convergência (G.'.O.'.L.'.) - Lisboa, Portugal

Fonte: http://www.maconaria.net/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=31

domingo, 17 de outubro de 2010

O SIMBOLISMO DA CRUZ

O SIMBOLISMO DA CRUZ

Cruz – do lat. cruce – significa antigo instrumento de suplício, constituído por dois madeiros, um atravessando no outro, em que se amarravam ou pregavam os condenados à morte. Segundo Rizzardo da Caminno a Cruz é formada por dois ângulos retos, encontrando-se com os seus vértices. Os gregos a apresentam na forma de uma sua letra, a “tau”, e tem o formato de um “T” maiúsculo. A palavra cruz no grego = (stauros, verbo stauroõ) que significa primariamente um poste reto ou uma trave, e secundariamente um poste usado como instrumento de castigo e execução. Para o chinês, a cruz indica ainda a idéia de universalidade e plenitude: inteiro, perfeito, completo, extremo, largo, infinito e perfeição, expressa o superlativo: extremamente bonito, mil maravilhas, eternidade sempre. Os hebreus, à semelhança dos chineses, carregavam esse sinal com toda a força do símbolo: vizinhança, amizade, simpatia, totalidade, fartura e perfeição. No alfabeto hebreu a Cruz (TAU) é a última letra.

Para o hebreu significa também: termo, chegada, meta final, assinatura. A CRUZ (TAU) é usada para representar o Nr. 400, isto é, a superabundância. O número 4 é a expressão dos quatro cantos da terra, da universalidade, da riqueza. O 400 é o superlativo de um superlativo, a fartura infinita. È bom saber que no Antigo Testamento não se usava este método para executar pessoas, mas era usado, como execução, o apedrejamento. Os cadáveres eram pendurados numa árvore, como advertência (Deuteronômio 21-22-23; Js 10.26).Tal corpo era considerado maldito (o que explica Epístola aos Gálatas 3.13) e tinha que ser removido e sepultado antes do cair da noite (cf. Jo 19. 31). Essa prática explica a referência neotestamentária á cruz de Cristo como uma “árvore”, (no grego xylos, At 5.30; 10.39; 13.29; I Pe 2.24) um símbolo de humilhação. Os escritores contemporâneos descrevem a crucificação como a mais dolorosa de todas as formas de morrer.

Para os cristãos representa a paixão e a morte de Cristo. No Cristianismo, é o símbolo da redenção universal, da reconciliação e da PAZ (Ef. 2, 14-17 e CL.1, 19-20). É a vitória da vida. Um Homem-DEUS (Jesus) esteve ali de BRAÇOS ABERTOS, num gesto de reconciliação e confraternização.

O interesse dos escritores do Novo testamento na cruz, não é nem arqueológico, nem histórico, mas antes Cristológico.

Teologicamente, o vocábulo cruz era usado como descrição sumária do Evangelho da salvação, de que Jesus “morreu pelos nossos pecados”. Assim é que a pregação do Evangelho é a “palavra da cruz” a “pregação de Cristo crucificado” (I Co 1.17 e segs). A palavra cruz é reconciliação (II Co 5. 19), foi por meio dela que houve reconciliação entre Deus e o ser humano, sendo essa reconciliação pessoal e cósmica.

No N.T, a cruz é símbolo de vergonha e humilhação, bem como da sabedoria da Glória de Deus reveladas por meio dela. Roma empregava a cruz não só como instrumento de tortura e execução, mas também como pelourinho vergonhoso, reservado para os mais vis. Para os judeus era maldição.

Segundo John Stott “....A cruz nos assegura que esse Deus é a realidade dentro, por trás e além do universo”.

Segundo Jorge Adoum, a cruz não significa morte e sim triunfo sobre a matéria. Sua ponta voltada para cima, corresponde a imagem de Deus, refletindo a Verdade, sabedoria e amor, já a parte inferior apontada para baixo, corresponde a imagem das trevas.

Se dividirmos a circunferência que simboliza o mapa com uma linha na horizontal que liga a superfície da terra ao horizonte longínquo, e outra na vertical – que toca o alto do céu e atravessa todo o planeta Terra, formamos uma cruz, a cruz cardeal. Esta cruz sempre foi considerada de suma importância para a Astrologia. Define que somos filhos tanto do Céu como da Terra. Nossos pés estão firmemente ligados a terra, nossa cabeça liga-se ao céu e dele recebe a energia necessária ao nosso desenvolvimento como seres humanos. O que se procura é o desenvolvimento de nosso Espírito, filho do céu, ao mesmo tempo que a harmonização de nosso corpo, filho da terra, com as energias que vêm do céu (eixo vertical) e com as energias dos cinco elementos da terra. (eixo horizontal. Da Astrologia podemos extrair o mesmo ensinamento: o braço horizontal da cruz cardeal nos remete aos signos de Áries (o desenvolvimento do eu) e Libra (o encontro com o outro, com a natureza, com o que não sou eu). O braço vertical nos remete aos signos de Câncer (as raízes, a família, o coletivo) e Capricórnio (o ponto mais alto do mapa, evocando a lenta subida do homem até os níveis mais elevados de espiritualidade).

É pela cruz que se sai do material e chega-se ao imaterial, do concreto chega-se ao abstrato; do mundo inferior chega-se ao superior, do plano das formas chega-se aos planos do sem forma; do domínio da força inferior chega-se ao dominium da Força Superior, Seu modelo básico traz sempre a intersecção de dois eixos opostos, um vertical e outro horizontal, que representam lados diferentes como o Sol e a Lua, o masculino e o feminino e a vida e a morte, por exemplo.

De acordo com o estudioso Juan Eduardo Cirlot, ao situar-se no centro místico do cosmos, a cruz assume o papel de ponte através da qual a alma pode chegar a Deus. Dessa maneira, ela liga o mundo celestial ao terreno através da experiência da crucificação, onde as vivencias opostas encontram um ponto de intersecção e atingem a iluminação.

Na sua acepção mística, a Cruz não tem significado sectário, pois representa a espiritualidade e a consciência Cósmica. É o símbolo da imortalidade, da fé, da santidade e da perfeição.

Existe também a Rosa-Cruz, uma cruz em cuja inserção central apresenta uma rosa. Na maçonaria são usadas como símbolo a Cruz Latina e a Cruz patriarcal, essa como símbolo do Grau 33 do R.´.E.´.A.´.A.´. Na matemática, a cruz assumiu desde os babilônios, o sentido de MULTIPLICAÇÃO e SOMA, os membros da Rosa Cruz costumam explicar seu significado interpretando-a como o corpo de um homem, que com os braços abertos saúda o Sol e com a rosa em seu peito permite que a luz ajude seu espírito a desenvolver-se e florescer. Quando colocada no centro da cruz a rosa representa um ponto de unidade.

A cruz é signo sagrado e venerado desde os tempos imemoriais da Humanidade, pois o seu fogo produz a salvação. O frio das noites invernais produzia sofrimentos, as trevas produziam temor e o Sol radiante e triunfal dissipava tudo, trazendo luz, calor, vida e amor como o fogo nascido da Cruz.

Que o G.´.A.´.D.´.U.´. nos ilumine, guie e nos proteja.


Manoel Junior, M:.M:.
A:.R:.L:.S:. Verdadeiros Amigos, São Paulo - Brasil


Biografias:
1 - Dicionário Maçônico Rizzardo da Camino
2 - Grau de Companheiro e seus mistérios – Jorge Adoum.
3 - Obras de Rizzardo da Camino, Rui Tinoco de Figueiredo, Jorge Adoum, consulta a diversos MM.´.MM.´., diversos sites da Internet, Bíblia Sagrada, tradução de João Ferreira de Almeida. 2ed. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993. Novo Dicionário da Bíblia. 2ed. São Paulo: Vida Nova, 1995. Stott, John. A cruz de Cristo. São Paulo: Vida, 2000.


Fonte: http://www.maconaria.net/portal/index.php?view=article&catid=1%3Aartigos-a-pranchas&id=200%3Ao-simbolismo-da-cruz&option=com_content&Itemid=2

ALTAR DOS JURAMENTOS

ALTAR DOS JURAMENTOS

Uma Loja Maçonica simboliza o modo como o Universo era compreendido antigamente (1). Nossos primeiros irmãos tiveram grande inspiração quando perceberam que o mundo é um templo, coberto por uma abóbada estrelada durante a noite, e iluminado pelo Sol em sua jornada durante o dia. Um Universo no qual o Homem segue adiante em seu trabalho, alternando luz e sombra, alegrias e tristezas, sempre buscando reproduzir na Terra a lei e ordem presentes no Oriente, que é a origem de tudo (2).

Embora hoje saibamos que o mundo é fisicamente diferente daquele que era conhecido por nossos ancestrais, ainda assim aquela inspiração inicial de nossos primeiros irmãos continua e continuará verdadeira.

Parece-me que a idéia central dessa inspiração é que se o Homem tem o propósito de construir seu próprio Templo Interior, ou se ele está disposto a construir uma sociedade justa e duradoura nessa justiça, então ele deverá estar iniciado nas leis e princípios que regem o Universo no qual ele vive. E para isso, o Homem necessita não apenas de sabedoria, que deve ser desenvolvida, mas também da ajuda de Deus, que é o G:.A:.D:.U:.

Bem por isso em nossas Lojas Maçônicas está o Altar – mais antigo que qualquer Templo, e tão antigo quanto a própria vida mesma. Um foco de fé e união. Um símbolo sagrado daquele pensamento inicial que inspirou a nossa Arte Real. Um símbolo sagrado da existência do G:.A:.D:.U:.. Um símbolo sagrado de nosso propósito de erguer Templos à Virtude e cavar masmorras ao vício.

Nada há de mais impressivo na face da Terra que o silencio de uma reunião de seres humanos curvados diante de um Altar. O instinto que faz com que Homens se reúnam para orar é a mesma força invisível que move Homens a desbastar pedras para construírem templos que corporificam o mistério de Deus.

Até onde conhecemos, o Homem é o único ser em nosso planeta que pára para rezar. E a beleza desse ato nos diz mais sobre nós do que qualquer outro. Por uma profunda necessidade natural, o Homem procura Deus, e em momentos de tristeza ou angústia, ou em momentos de tragédia e terror, ou ainda em momentos de sincera gratidão e felicidade, o Homem deixa de lado suas ferramentas de trabalho e olha para o horizonte. E sem perceber, acaba por fixar seu olhar num ponto mais elevado do relevo que está adiante. Talvez tenha nascido aí o termo Altar, substantivo masculino proveniente do latim altare, que por sua vez derivou do adjetivo latino altus (alto, elevado, levantado).

Pelas consultas realizadas, pude imaginar que a história do Altar na vida da humanidade parece ser uma história mais fascinante que qualquer ficção. Da procura inconsciente deste lugar mais elevado ou alto presente na natureza que o cerca, o Homem evoluiu para construir este Altar perto de si. Inicialmente rudimentares, sua construção dava-se pelo simples amontoar de pedras. A centralidade e importância do Altar tornaram-no mais solene e elaborado, sendo portador de uma série de significados e elemento central dos mais variados rituais (holocaustos, preces, declaração de compromissos, incensações, sacrifícios, etc). Todas as grandes civilizações e culturas humanas ergueram altares: judeus, cristãos, muçulmanos, hindus, romanos, gregos, egípcios, fenícios, incas, maias e astecas. Indígenas e antigos pagãos de todas as partes tiveram e têm seus altares. Nunca, porém, o Altar perdeu sua significação inicial, que é a de conduzir os pensamentos do Homem ao seu elevado deus, seja ele denominado como for, e ao qual chamamos G:.A:.D:.U:..

A partir de elementos como estes, podemos começar a perceber o significado do Altar dos Juramentos na Maçonaria, e a razão de sua posição na Loja.

Na Maçonaria primitiva, não havia o Altar dos Juramentos, já que as Luzes da Loja (L:. da L:., Esq:. e Comp:.) ficavam sobre o Altar do V:.M:., onde também eram tomados os juramentos. Posteriormente, em alguns ritos, criou-se uma mesa auxiliar, considerada como extensão do Altar do V:.M:.. Tal costume deu origem ao Altar dos juramentos, que originalmente, portanto, ficava no Oriente, embora algumas Obediências o tivessem levado para o centro da Loja, em desacordo com suas origens,
segundo Castellani (3).

Na maioria dos ritos, o Altar dos Juramentos está posicionado no Oriente, defronte ao Altar do V:.M:.,. No Rito de York, porém, o Altar dos Juramentos está posicionado sobre o Pavimento Mosaico, no centro da Loja. No R:.E:.A:.A:., sua posição original é no Oriente. Posteriormente, no ritual editado em 1980 (4), o Altar foi posicionado no centro da Loja. O ritual de 1998 e o atual, de 2001 (5), fizeram o Altar dos Juramentos retornar ao seu posicionamento original, no Oriente, defronte ao Altar do V:.M:. (6).

Rizardo da Camino indica que “o Altar maçônico não tem forma nem medidas definidas ou convencionais; ora é construído no formato de um cubo ora de um triângulo e frequentemente de um quadrilátero; nada é colocado na parte interna” (7).

Embora paire divergência entre os autores consultados acerca da localização em Loja e do formato que deve ter, fato é que todos concordam que o Altar dos Juramentos não é simplesmente uma peça imprescindível no mobiliário maçônico. Muito mais do que isso, ele identifica a Maçonaria como uma instituição de cunho religioso.

A Maçonaria não é uma religião, mas é religiosa em sua fé e seus princípios básicos, em seu espírito e em seus propósitos. A Maçonaria não é uma religião, muito menos uma seita, mas um culto em que todos os homens podem se unir porque ela não pretende explicar, ou dogmaticamente estabelecer, o que ou quem é deus. Maçonaria e religião andaram juntas até esta última ingressar no feudo do sectarismo. A Maçonaria pretende unir homens, e não dividi-los.

Assim, o Altar dos Juramentos é um altar de fé – profunda e eterna fé que está na base de todo e qualquer credo religioso. Fé num Criador que é a pedra angular e a chave para compreensão de tudo. Fé sem a qual a vida se torna adivinhação e fraternidade se torna futilidade.



Ao mesmo tempo o Altar dos Juramentos é um Altar de Liberdade – não liberdade pela fé, mas liberdade da própria fé. Seja qual for a sua fé, pode o Maçom se unir aos seus irmãos. A Maçonaria, antes de ser operativa ou especulativa, é co-operativa. E cooperação se faz pela união.

O Altar dos Juramentos exorta sentimentos natos de respeito ao Criador, conduzindo o Maçom a se tornar o operário trabalhador e consciente, cujo labor de aperfeiçoamento moral e espiritual resultará no engrandecimento da Ordem em geral e no bem-estar de toda a Humanidade em particular (8).

E faz-nos lembrar também que o mais sagrado altar da Terra é a nossa própria alma – Templo interior de fé, esperança, pureza, tolerância e amor ao próximo.



Cícero D:., A:.M:.
A:.R:.L:.S:. Luz da Acácia – Nº 2586 – Or:. de Jaraguá do Sul (SC), Brasil



NOTAS:

(1) Quanto a isso, por exemplo, esclarece-nos a 2ª Instrução do Gr:. de A:.M:., constante do Ritual do R.E.A.A. editado pelo GOB em 2001, p. 157. “VEN:.(o) – Que forma tem o nosso Templo? 2º VIG:. – A de um quadrilongo, sendo as suas medidas: - A largura, do Sul ao Norte; - O comprimento, do Oriente ao Ocidente; - A altura, da Terra ao Céu; - A profundidade, da superfície ao centro da Terra. VEN:. – Ir:. 1º:. Vig:., por que o Templo tem essas medidas? 1º VIG:. – Porque a Maçonaria é Universal, e o Universo é um Templo.”

(2) O Ritual do R:.E:.A:.A:. editado pelo GOB em 2001, p. 158 também nos dá a indicação de que a origem de tudo provém do Oriente, e que a lei e ordem presentes no Oriente devem se estender ao resto do Universo: “VEN:. – Por que o Templo Maçônico está situado do Oriente ao Ocidente? 1º VIG:. – Porque assim estão situados todos os Templos, pois o início da vida aconteceu no Oriente, estendendo-se ao Ocidente, e assim será até o fim dos Tempos.” (sublinhas minhas).

(3) CASTELLANI, José. Dicionário Etimológico Maçônico. 1ª ed. Editora Maçônica A Trolha: 1990. n 8, p. 30-31.

(4) Classificado como “horrível” por Castellani, conforme se pode verificar em https://seguro002.ifxweb.com.br/lojasmbr/consu3a/respo497.htm

(5) Vale notar que o Decreto do GOB n. 467, de 24 de abril de 2001, que “aprova e determina a aplicação do Ritual do 1º Grau – Aprendiz Maçom do Rito Escocês antigo e
Aceito, Edição 2001” menciona expressamente em seus considerandos que “o Ritual do 1º Grau, Aprendiz Maçom do Rito Escocês antigo e Aceito sofreu, ao longo do tempo, mudanças e acréscimos que o tornaram distante das suas origens” e que “a edição de 1998 do aludido Ritual, procurou imprimir correções e ajustes, sem alcançar entretanto, a excelência desejada”.

(6) Segundo o Ritual do R:.E:.A:.A:. editado pelo GOB em 2001, p. 4, “no centro do Oriente, entre os degraus do Trono e a balaustrada, fica o Altar dos Juramentos, que é uma pequena mesa triangular ou uma pequena coluna de um metro de altura, com caneluras e truncadas, em cima da qual ficam o L:. da L:. (Bíblia), um Esquadro e um Compasso”.

(7) CAMINO, Rizzardo da. Dicionário maçônico. Madras: São Paulo, 2006. p. 37.

(8) MONDEN, Ilson. O altar dos juramentos. In. A TROLHA, n. 231, janeiro/2006. p. 29.



REFERÊNCIAS:
- Ritual do R:.E:.A:.A:. editado pelo GOB em 2001
- CASTELLANI, José. Dicionário Etimológico Maçônico. 1ª ed. Editora Maçônica A Trolha: 1990. n 8


Fonte: http://www.maconaria.net/portal/index.php?view=article&catid=1%3Aartigos-a-pranchas&id=202%3Aaltar-dos-juramentos&option=com_content&Itemid=2

O MAR DE BRONZE: SIMBOLOGIA MAÇÔNICA E POSIÇÃO NO TEMPLO

O MAR DE BRONZE: SIMBOLOGIA MAÇÔNICA E POSIÇÃO NO TEMPLO

O objetivo deste trabalho é relatar o resultado das pesquisas efetuadas sobre o Mar de Bronze, que orna nosso templo do R:.E:.A:.A:..

Para falar do Mar de Bronze, é necessário fazer referência a textos bíblicos. Como se sabe, há diversas traduções e interpretações da Bíblia – muitas delas inclusive discordantes entre si, como pudemos constatar nas pesquisas para este trabalho. Por isso, optamos por desenvolver a pesquisa a partir de quatro destas traduções, todas transcrita de modo
comparativo, versículo a versículo, nos anexos desse trabalho. São elas:

- a Vulgata Latina, em latim, traduzida por São Jerônimo no século IV d.C. diretamente do grego antigo e do hebraico.
- a Vulgata Latina, em português, traduzida pelo Padre Matos Soares diretamente da versão em latim.
- a primeira tradução da Bíblia para o Português, feita por João Ferreira de Almeida em 1753, a partir do grego antigo, hebreu e latim.
- edição pastoral, utilizada pela Igreja Católica atualmente.

O Mar de Bronze surge na Bíblia quando esta descreve a construção e estrutura do Templo de Salomão. Tal descrição surge no 1º Livro de Reis e no 2º Livro de Crônicas. Segundo a versão de João Ferreira de Almeida da Bíblia, durante o processo de construção do Templo de Salomão:


[Hiram] Fez mais o mar de fundição, de dez côvados de uma borda até à outra borda, perfeitamente redondo, e de cinco côvados de alto; e um cordão de trinta côvados o cingia em redor. E por baixo da sua borda em redor havia botões que o cingiam; por dez côvados cercavam aquele mar em redor; duas ordens destes botões foram fundidas quando o mar foi fundido. E firmava-se sobre doze bois, três que olhavam para o norte, e três que olhavam para o ocidente, e três que olhavam para o sul, e três que olhavam para o oriente; e o mar estava em cima deles, e todas as suas partes posteriores para o lado de dentro. E a grossura era de um palmo, e a sua borda era como a de um copo, como de flor de lírios; ele levava dois mil batos (I Reis, 7, 23-36)



“Côvado” é uma antiga unidade de medida que representa 44 cm (Côvado Hebreu) ou 45 cm (Côvado Romano)1. Assim, as dimensões do Mar de Bronze eram aproximadamente de 4,50m de diâmetro, e 2,25cm de profundidade. Naturalmente, o autor do texto bíblico fez referências apenas aproximadas, já que com tais medidas, e sendo perfeitamente redondo, não poderia ter 30 côvados (13,5 metros) de perímetro, já que o Q (Pi) não é 3, mas 3,14.

O mesmo ocorre com o volume d’água suportado pelo Mar de Bronze. Um (01) bato representa 45 litros. Assim, a capacidade do Mar seria de 90.000 litros (2.000 batos). Um recipiente como o descrito nas Escrituras não comportaria tal volume de água (2).

A finalidade do Mar de Bronze no Templo de Salomão era a ablusão. Ou seja, os fiéis, antes de entrarem no Templo, deveriam lavar seus pés e mãos, buscando a purificação. Também os animais que seriam levados a sacrifício antes eram banhados no Mar de Bronze, para serem purificados (3).

Maçonicamente, o Mar de Bronze exerce esta mesma função de purificação, já que é nele que se opera a purificação pela água (4) nas iniciações. Simbolicamente, ocorre aí a purificação da alma do candidato, que está sendo preparado para sacrificar o Homem profano e fazer nascer na luz o Homem Maçom.

A localização do Mar de Bronze nos templos maçônicos é tema relativamente controvertido. Aliás, as próprias traduções bíblicas apresentam certa divergência quanto à localização do Mar de Bronze no próprio Templo de Salomão.

Sabe-se que o Templo de Salomão estava orientado do Oriente para o Ocidente. A entrada do Templo e as coluna Jaquim e Boaz, portanto, estava no Oriente, enquanto o Santo dos Santos situava-se no Ocidente.



Olhando-se de dentro para fora, em direção à entrada oriental do Templo, estavam localizadas as colunas Jaquim (direita) e Boaz (esquerda). Todas as traduções consultadas afirmam que o Mar de Bronze estava localizado fora do Templo, no Oriente e à direita. Portanto, próximo à coluna Jaquim.

Algumas traduções dizem que o Mar de Bronze estava nesta posição contra o meio-dia; outras falam em meridiano; e outras ainda ao sul. As expressões meio-dia e meridiano referem-se ao ponto cardeal Sul. O Mar de Bronze, portando, localizava-se entre o Oriente (Leste) e o Sul, ou seja, a sudeste. Porém, a versão Pastoral da Bíblia, em 1º Reis, 7, 39, traduz esta posição como sendo sudoeste, o que aparenta ser um equívoco, já que em 2º Crônicas, 4,10 esta mesma versão da bíblia referencia sudeste.

Talvez tenha sido esta – ou outra com o mesmo equívoco – a tradução utilizada por CASTELLANI quando, transcrevendo a mesma passagem bíblica, afirma que no Templo de Salomão o Mar de Bronze situava-se a sudoeste (5).

Todas as representações gráficas, gravuras e plantas do Templo de Salomão consultadas, a mais antiga datada de 1584 (6), posicionam o Mar de Bronze a sudeste. Portanto, à esquerda de quem entra no Templo de Salomão pelo Oriente, e próximo à coluna Jaquim.

Qual será, então, a posição do Mar de Bronze no Templo Maçônico? Sabe-se que o Templo Maçônico é a representação simbólica do Templo de Salomão, porém voltado do Ocidente para o Oriente.

Partindo dessa premissa – e sempre considerando a inexperiência desses nossos primeiros passos, ainda retos, de Aprendiz – parece-nos que o Mar de Bronze deve estar localizado à sudoeste no Templo Maçônico, ou seja, próximo à porta de entrada do Templo, à direita de quem de fora olha, e perto da coluna J.

É que, direcionando-se o Templo Maçônico (Ocidente para o Oriente) em sentido inverso ao do Templo de Salomão (Oriente para o Ocidente), parece-nos que deve haver a correspondente inversão dos demais pontos cardeais, para que se mantenha a mesma simetria. Tal fato, aliás, justifica o posicionamento das colunas J e B: no Templo de Salomão, J está à esquerda de quem de fora olha, e B está à direita. No Templo Maçônico, J está à direita de quem de fora olha, e B está à esquerda. E isso reforça

nossa impressão.


Corrobora também esta nossa impressão o fato de que na Planta do Templo apresentada no Ritual do R:.E:.A:.A:. vigente (7), o Mar de Bronze está localizado no Ocidente (Oeste), mais próximo à Coluna do Sul e próximo da Coluna J.




Cícero D:., A:.M:.
A:.R:.L:.S:. Luz da Acácia – Nº 2586 – Or:. de Jaraguá do Sul (SC), Brasil


NOTAS:

(1) Conforme: LOVEWELL, Harvey. Solomon’s temple: the bronze castings of Jachin and Boaz pillars. Disponível em: http://www.freemasonsfreemasonry.com/pillar_solomon_temple.html.

(2) A título de ilustração, vale mencionar ainda que o Rei Ahaz multilou o Mar de Bronze ao retirar de sua base dos dois bois para decorar seu palácio, substituindo-os por bases de pedra. E finalmente, ele foi totalmente destruído pelos assírios (II Reis, 16, 14:17; 25, 13).

(3) CAMINO, Rizzardo da. Dicionário Maçônico. Madras: São Paulo, 2006. p. 269.

(4) Conforme Ritual do R:.E:.A:.A:. editado pelo GOB em 2001, p. 103.

(5) CASTELLANI, José. Caderno de estudos maçônicos: consultório maçônico. 1ª ed. Editora Maçônica A Trolha: 1989. n 2, p. 27-29.

(6) Disponível em: http://commons.wikimedia.org/wiki/Image:Christian-vanadrichom_JERVSALEM-et-suburbia-eius_detail-solomon-temple_1-1497x1000.jpg. Acesso
em 05/08/2007.

(7) Conforme Ritual do R:.E:.A:.A:. editado pelo GOB em 2001, p. XII e XIII.



REFERÊNCIAS:

- BÍBLIA SAGRADA. Traduzida da Vulgata e anotada por Pe. Matos Soares. 7. ed. São Paulo: Paulinas, 1975.
- BÍBLIA SAGRADA: edição pastoral. 25. impressão. São Paulo: Paulus, 1998.
- BÍBLIA SAGRADA. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Edição Corrigida e Revisada, Fiel ao Texto Original. Disponível em: http://www.gospelmais.com.br/biblia/. cesso em 21/07/2007.
- BÍBLIA SAGRADA: vulgata latina. Traduzida por São Jerônimo. Disponível em http://www.awmach.org/BVL/fast.htm. Acesso em 21/07/2007.
- HARVEY LOVEWELL. Solomon’s temple: the bronze castings of Jachin and Boaz pillars. Disponível em: http://www.freemasonsfreemasonry.com/pillar_solomon_temple.html. Acesso em: 18/07/2007.
- Verbete “molteh sea” in http://www.biblegateway.com/recources/dictionaries/dict_meaning.php?source=3&wid=S10291. Acesso em 17/07/2007.
- Ritual do R:.E:.A:.A:. editado pelo GOB em 2001.
- CAMINO, Rizzardo da. Dicionário maçônico. Madras: São Paulo, 2006.
- CASTELLANI, José. Caderno de estudos maçônicos: consultório maçônico. 1ª ed. Editora Maçônica A Trolha: 1989. n 2, p. 27-29.
- ADRICHOM, Christian van. The second jewish temple. Gravura datada de 1584. Disponível em: http://commons.wikimedia.org/wiki/Image:Christianvan-adrichom_JERVSALEM-et-suburbia-eius_detail-solomon-temple_1-1497x1000.jpg. Acesso em: 05/08/2007.

Fonte: http://www.maconaria.net/portal/index.php?view=article&catid=1%3Aartigos-a-pranchas&id=204%3Ao-mar-de-bronze-simbologia-maconica-e-posicao-no-templo&option=com_content&Itemid=2

REGULARIDADE MAÇÔNICA - A VERDADE

REGULARIDADE MAÇÔNICA - A VERDADE

Em um sentido lato, denomina-se Maçonaria Regular, aquela maçonaria que se atem a uma serie de normas e regras amplamente aceitas como essencialmente maçônicas. O conceito de regularidade que se exerce em Maçonaria tem a mesma importância que teria em qualquer outra instituição que quiser assegurar um funcionamento ordenado de suas estruturas.

Não obstante, algumas das principias organizações maçônica discrepam sobre quais deveriam ser os critérios de regularização. Assim como, muitas delas, ainda mantém intactos vários dos princípios fundamentais, apesar de terem modificados tais critérios, alternativamente em um, ou outro sentido, porem o conteúdo principal faz parte de um debate aberto, gerando serias dicotomias no seio da fraternidade maçônica.



BREVE RESENHA HISTÓRICA

Existe um acordo geral sobre o fato de que a moderna Maçonaria ou a Francomaçonaria Especulativa nasce em 1717, quando quatro Lojas de Londres se unem para criar uma instituição de maior nível, denominada Grande Loja de Londres, constituindo um tipo de maçonaria nova que, se baseia no modelo organizativo dos antigos maçons operativos (obreiros), consequentemente, já não se dedica a construção de edifícios, se não a elevação de um "Templo Ideal", baseada nos princípios da sabedoria e da moral.

Rapidamente se iniciou a criação de novas lojas desta modalidade, tanto em Londres como em ouras regiões da Inglaterra e Europa, sob a jurisdição da recém nascida obediência e, que já em 1723, se aprova sua Carta Magna. Este documento, elaborado por Anderson e sendo o único documento oficial que se conserva oficialmente do tempo em que a Francomaçonaria Especulativa se estabeleceu sobre a Francomaçonaria Operativa. Ha um acordo prévio para ser considerado o documento base da maçonaria moderna. A parte essencial destas "Constituições de Anderson" é a que trata dos deveres do um Francomaçom. Estes deveres constituem a verdadeira Carta Constitucional da Francomaçonaria especulativa o moderna francomaçonaria; é a eles que devemos nos referir para interpretar o verdadeiro espírito dos fundadores da Francomaçonaria. Os regulamentos gerais que figuram nestas "Constituições" foram modificadas em pormenores pela Grande Loja Unida da Inglaterra.

Cada Potencia Maçônica passou a adotar as regras que melhor pareciam fortalecer o processo de desenvolvimento, conseqüentemente não podemos levantar nenhuma objeção a este fato, posto que o Artigo "39" dos Regulamentos Gerais de 1723, determina que a " Grande Assembléia Anual tem poder e autoridade suficiente para introduzir modificações o expedir novos regulamentos em beneficio da Fraternidade, sempre e quando se respeitem os antigos Lindeiros" portanto, os legisladores Maçônicos não puderam jamais se por de acordo tanto em numero quanto a formulação exata destes documentos. Por isso, podemos dizer ser impossível a intervenção de uma autoridade arbitral para assegurar como uma condição de regularidade o ser destes "Lindeiros" sob a ótica de que nenhum destes textos tem se apresentado o se ratificado como um texto exato por qualquer autoridade reconhecida.

Os "Deveres" de Anderson de 1723 são o único texto que podem sentir-se vinculados todas potencias maçônicas universal. Este valioso documento foi escrito no inicio do século XVIII com o sentido de que as palavras exerciam em seu contexto; certamente impregnada de concepções espirituais que consideradas no contexto universal nesse momento; no entanto, para aqueles que desejam mergulhar num significado mais profundo, deveria visualizar este conteúdo, com um espírito mais tolerante e continuo expressando aspirações mais nobres e exaltando a Irmandade em passagens belas que jamais poderíamos meditar profundamente neles.



AS DUAS CORRENTES DA REGULARIDADE MAÇÔNICA

A Maçonaria atual está dividida em duas correntes principais, de um lado uma liderada pelo Grande Oriente da França e a outra Grande Loja Unida da Inglaterra .

Pode-se dizer de uma forma geral, que todos estão de acordo com a legitimidade da origem, pois, é essencial isto, para que a obediência seja considerada regular. Esta legitimidade de origem implica que qualquer nova obediência deva receber o certificado ou transmissão da regularidade de outra obediência regular, considerando-se a antiga Grande Loja de Londres, como a obediência que emana, em principio, tal regularidade.

Todavia, tanto o Grande Oriente da França como o da Grande Loja Unida da Inglaterra, que apesar de ambas terem sua origem nesta frente legitima, discrepam sobre os princípios da regularidade maçônica.

A Grande Loja Unida da Inglaterra, a sua vez, estabeleceu em 1929, os seguintes critérios, vigentes na atualidade, que devem cumprir as obediências que desejam estabelecer com ela:

1 - A obediência deve haver sido legalmente estabelecida por uma Grande Loja Regular ou por três ou mais lojas funcionando sob os auspícios de uma Grande Loja regular.

2 - Haverá de ser realmente independente e possuir governo próprio, com autoridade não discutida sobre os Graus simbólicos da Francomaçonaria(ou seja, aprendiz, companheiro e mestre) sob sua jurisdição e não estar vinculada de nenhuma outra forma ou vir a compartir soberania com qualquer outro corpo maçônico.

3 - Os francomaçons no âmbito de sua jurisdição deverão ser exclusivamente homens e tanto ela como suas lojas não poderão ter contatos maçônicos com lojas que admitam mulheres.

4 - Os francomaçons no âmbito de sua jurisdição deverão crer em um Ser Supremo.

5 - Todos os Franco-Maçons no âmbito de sua jurisdição deverão assumir seus compromissos sobre o Livro da Lei Sagrada (A Bíblia) ou a vista dele ou do livro considerado sagrado, que através dele se realiza o compromisso maçônico.

6 - As três •"Grande Luzes" da Francomaçonaria ( ou seja, a Bíblia, o esquadro e o compasso) deverão estar expostos quando estiverem abertas, tanto a Grande Loja quanto suas lojas subordinadas.

7 - A discussão sobre religião ou política no âmbito de suas Lojas deve ser proibida.

8 - Além do mais, deve-se manter a obediência aos princípios pré-estabelecidos ( dos antigos "Landmarks") ou "Marcas de referencia") e dos costumes da Francomasonaria, devendo-se exigir o seu cumprimento no âmbito das suas Lojas.

A Grande Loja Unida da Inglaterra, estabelece um critério mais complexo que a sua própria forma de organização. Observa-se "que algumas modalidades de corpos maçônicos não levam em conta este dispositivo legal. Por exemplo, aquelas obediências que não requerem a exigência da crença de um Ser Supremo, o que dão liberdade de participar como tais em matérias políticas. Estes corpos de potencias são consideradas pela Grande Loja da Inglaterra como irregulares no conceito Maçônico e o contato com eles esta proibido". Os pontos essenciais de discrepâncias se contemplam nos dispositivos 4, 5 e 6 e envolvem o Livro da Lei Sagrada além da obrigatoriedade de professar a crença no Grande Arquiteto do Universo e em seu testamento revelado, ou seja a Bíblia e o Dogma.

A pergunta que deve- se fazer é: Em virtude de que o dever antigo se exige a presença da Bíblia em Loja? Qual é o Lindeiro que o subscreve? A verdade é que por mais que retrocedemos no tempo, não encontramos qualquer sinal de pratica deste uso .

Apesar da existência dos manuscritos que se conservam no museu britânico, que regulam determinados deveres religiosos, de caráter basicamente não confessional, não aparecem no contexto deles, nenhum uso da Bíblia ou de qualquer outro livro sagrado. Além do mais, se sabe que na origem da Grande Loja da Inglaterra não fez qualquer uso da Bíblia em seu altar, e pelo menos até o ano de 1760, apesar de que seja considerada uma das Grandes Luzes da Maçonaria.

Por exemplo, se tem provas de que o Grande Oriente da França foi originado diretamente da primeira Grande Loja da França que foi fundada por maçons ingleses. Temos informação de que pelo menos durante dois séculos a Bíblia nunca foi considerada como uma Grande Luz. Porém não existe qualquer comprovação de que em qualquer momento, seja comprovado de que as primeiras Lojas francesas tenham trabalhado com a presença da Bíblia. Muito pelo contrario, na pratica dos rituais mais antigos que mantém o Grande Oriente da França, se observa que os candidatos a qualquer iniciação recebiam seus juramentos sob os auspícios da Constituição e da Espada.

Todavia, se verifica que no ano de 1849, influenciado pelos Eclesiásticos Galianos, o Grande Oriente da França rompeu com os costumes do passado fazendo a introdução em sua Constituição do principio dogmático da "Crença em Deus e na imortalidade da alma". Logo depois, 28 anos mais tarde, em 1877, viu-se este principio eliminado da Constituição, cujo procedimento foi visto como uma negação formal da glorificação do GADU (Grande Arquiteto do Universo) o qual era considerado falso. Com isto, em realidade o procedimento do Grande Oriente da França, consistia em retornar a suas tradições usualmente firmes, de respeito, tanto para os ritos, quanto para os aspectos de crença, e também para todas as concepções filosóficas existentes.

Assim, deve-se mencionar que o Artigo Primeiro da sua Constituição contempla que:

“A Francomaçonaria instituição essencialmente de caráter filantrópica, filosófica e de ação progressista, tem como objetivo, a busca da verdade, e o estudo da moral e da pratica da solidariedade,; trabalha pelo melhoramento material e moral, e o aperfeiçoamento intelectual e social da Humanidade. Tendo como princípios a tolerância mutua, o respeito ás demais pessoas como a si mesmo, e a liberdade absoluta da razão, da expressão e da consciência”.

Considerando-se as concepções metafísicas como o domínio exclusivo da apreciação individual dos seus membros, não se aceita por tanto, qualquer afirmação de caráter dogmático. Alem do mais, tem como lema: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

Contudo, os problemas relacionados com a divisão maçônica, não esta situado na questão das urbanizações maçônicas de decidirem livremente, a questão de fundo que se baseia na pretensão em si, neste caso da Grande Loja Inglesa, se fazer uso extensivo do seu modelo usual, como forma de organização, como um modelo padrão, exigível às demais Lojas.

Não obstante, o enfoque do Grande Oriente com respeito as relações maçônicas é considerado distinto, visto que não requer nenhuma exigência "a priori" aquelas obediências que outorgam reconhecimento, tomando como base tão somente a sua origem, e a autoridade das suas Grande Assembléias Anuais, reconhecida pelo Artigo "39" das Constituições de 1723, para estabelecer seus próprios regulamentos. Isto quer dizer, que o critério, se baseia por tanto, mais no aspecto da legitimidade de origem e na coincidência de princípios e objetivos, do que na adequação a princípios pré-estabelecidos para outorga de seus reconhecimentos.

Com respeito ao primeiro ponto, é necessário ressaltar o fato do Grande Oriente da França ser no contexto, de todas as Obediências maçônicas a instituição atual considerada como a mais antiga na maçonaria.

Efetivamente, o Grande Oriente da França, nasceu técnicamente em 1738, e formalmente legalizada em 1773 , (data que se oficializa o seu nome e aprova as modificações tais como: - a eleição democrática do Conselho da Ordem e do seu Presidente). Considerando que a Grande Loja Unida da Inglaterra (considerada como o foco da regularidade inglesa) nasce em 1813, cujo fato é de suma importância, porque nenhuma Obediência no mundo da Maçonaria tem uma antiguidade comparável com a do Grande Oriente da França. É de se considerar, que as evoluções alcançadas em seu seio, com base na legitimidade, tanto na independência quanto na regularidade, consideradas tão valida como aquelas que mais tarde vieram a dar lugar no seio da Grande Loja Unida da Inglaterra.

A diferença existente entre ambas é que o Grande Oriente da França jamais pretendeu fazer valer o critério de maior antiguidade para impor suas próprias evoluções as demais Obediências regulares, aquelas que exercem respeito a sua soberania .

É de se considerar que o conceito de regularidade, utilizado como "marca de franquia" considera-se totalmente estranho, e de certo modo é considerado uma ação que fere marcadamente num âmbito mais amplo, para uma Obediência como o Grande Oriente da França, que ao longo dos seus três séculos de existência observa os procedimentos dos membros de outras Obediências; isto é visto como um requerimento de certa forma, ignorante, que lhes confere ao considerar o status de nascimento recente destas outras Lojas, constituindo assim, um ponto de observação, e conseqüentemente negando-lhes sua própria regularidade.

Isto é considerado negável, considerando-se uma Obediência através da qual emanam a maioria dos Ritos maçônicos, os usos e costumes, lemas e regulamentos que aqueles que o desconhecem, praticam hoje em dia. Tal procedimento é visto com “a parábola do filho que nega a sua própria mãe"

O Grande Oriente da França , considerada uma Obediência que através dos Artigos I e II de sua Constituição de 1773 respondia as questões de regularidade maçônica, da seguinte forma :

O que é um maçom regular? É um maçom membro de uma Loja regular…


O QUE É UMA LOJA REGULAR? É uma Loja concebida mediante constituições acordadas ou renovadas pelo Grande Oriente da França, que tem a potestade única de poder fazer isenções.

Se compreende que o debate sobre a regularização maçônica, estaria concluída pelo Grande Oriente da França se não fosse a argumentação constantemente utilizada como um dispositivo malévolo destinado a isolar, discriminar e dividir a sociedade maçônica.

Concluímos que, na verdade, a Grande Loja Unida da Inglaterra usurpou e usurpa a verdade histórica, insinuando-se a mãe da maçonaria, ao passo que a verdadeira Mãe da Maçonaria Especulativa (atual) é e sempre foi o Grande Oriente de França, que nasceu técnicamente 65 anos, e de fato, 40 anos antes da Grande Loja Unida da Inglaterra.

Por isso e por muito mais, que é extremamente importante que os maçons brasileiros estudem, leiam e procurem se informar sobre a História da Ordem Maçônica Universal e da maçonaria de um modo geral, em vez de ficarem se engalfinhando e enaltecendo uma pseuda regularidade vinda da Grande Loja Unida da Inglaterra, em detrimento de seus irmãos que vivem no mesmo solo Pátrio.




José Kennedy de Freitas, M:. M:.
ARLS União e Progresso número 05 Oriente de São Paulo/SP, Brasil

Bibliografia
Revista Maçônica "FÊNIX"

http://www.maconaria.net/portal/index.php?view=article&catid=1%3Aartigos-a-pranchas&id=205%3Aregularidade-maconica-a-verdade&option=com_content&Itemid=2
Fonte:

CORDA DE 81 NÓS

CORDA DE 81 NÓS

O objetivo deste trabalho é relatar o resultado das pesquisas efetuadas sobre a Corda de 81 Nós, que orna nosso templo do R:.E:.A:.A:., e apresentar algumas conclusões.

Segundo RIZZARDO DA CAMINO, tal ornamento está presente em todos os templos maçônicos (1). Segundo JOSÉ CASTELLANI, porém, ela “não é ornamento presente em todos os ritos” (2).

Para JÚLIO CEZAR PIRES (3), a Corda “poderá ser natural ou esculpida nas paredes, mas os nós deverão ser eqüidistantes e, sempre em número de oitenta e um”, buscando preservar seu simbolismo.

A Corda de 81 Nós deve circundar todo o templo, no alto das paredes, junto ao teto e acima das colunas zodiacais (nos ritos que as possuem). O nó central deve ficar sobre o Trono, acima do Delta, na parede oriental. A partir daí, a Corda deve estender-se pelas paredes do Norte e do Sul, com quarenta nós de cada lado. Os extremos da Corda terminam em ambos os lados da porta ocidental, em duas borlas, representando a Justiça (ou Eqüidade) e a Prudência (ou Moderação) (4).

Os números relacionados à Corda de 81 Nós merecem especial atenção. O número 81 é o quadrado de 9, que por sua vez é o quadrado de 3, número repleto de significações e de alto valor místico. Por exemplo:

- 3 eram os filhos de Noé (Sem, Cam e Jafé) – Gênesis, 6,10;
- 3 eram os homens que apareceram a Abraão – Gênesis, 18,2;
- 3 os dias de jejum dos judeus desterrados – Ester, 4, 16;
- 3 as negações de Pedro – Mateus, 26, 34;
- 3 as virtudes teologais (Fé, Esperança e Amor) – I Coríntios, 13, 13.


O número 40 (quarenta nós de cada lado da Corda, abstraindo-se o nó central) é número simbólico de penitência e expectativa. Por exemplo:

- 40 foram os dias do dilúvio – Gênesis, 7, 12;
- 40 foram os dias de Moisés no monte Sinai – Êxodo, 34,28;
- 40 dias durou o jejum de Jesus – Mateus, 4, 2;
- 40 dias Jesus esteve na Terra após sua ressurreição (Atos, 1, 3);

O 1 (Nó Central) é a unidade indivisível, símbolo de Deus, princípio e fundamento do Universo. Consoante JOSÉ CASTELLANI, “esotericamente, ela simboliza a união
fraternal e espiritual entre todos os maçons do mundo; representa, também, a comunhão de idéias e de objetivos da Maçonaria, que, evidentemente, devem ser os mesmos, em qualquer parte do planeta” (5).

Para o mesmo autor, a “abertura da Corda, na porta de entrada do templo, mostra que a Maçonaria é dinâmica e progressista, estando, portanto, sempre aberta às novas idéias, que possam contribuir para a evolução do homem e para o progresso racional da humanidade” (6).

Já para RIZZARDO DA CAMINO, a Corda tem a finalidade de “absorver as vibrações negativas que possam ser formadas dentro do Templo; absorvidas, são transformadas em energia positiva e devolvidas aos maçons que se encontram no recinto” (7).

E conclui dizendo que “os nós representam o irmão dentro da unidade da Loja, encerrando, assim, toda a energia para espargi-la no conduto geral aos demais irmãos num ato de fraternidade” (8).


CONSIDERAÇÕES FINAIS
Levei longo tempo para perceber que existe uma diferença entre “entender” ou “aprender” algo e “sentir” algo. O que descrevi até aqui é o que aprendi sobre a Corda de 81 Nós. Mas gostaria de dizer também o que sinto quando hoje vejo a Corda. Para mim, a Corda pode representar a humanidade toda. E cada nó representa um maçom, que está também na humanidade. O nó marca a existência de maçons. O nó é um laço que se firma em si mesmo. Assim deve ser o maçom: livre e de bons costumes, deve ter condições de se firmar a si próprio. Sem isso, não conseguiria contribuir para os objetivos da Maçonaria, que alcançam a toda a Humanidade, e não apenas aos maçons.


E mais: os maçons que realmente praticarem as virtudes maçônicas se destacarão entre os demais homens – inclusive profanos – por serem nós (referências) na corda (humanidade). 81 é um número perfeito. E perfeita e a nossa Arte Real. Arte Real que se desenvolve em Loja. Loja é o agrupamento de maçons em trabalho. Não é o templo, ou qualquer construção. Loja é união. E em Loja, não bastam 40 maçons numa coluna mais 40 maçons na outra (40 nós em cada parede). Enquanto estiver faltando um nó, não se chega aos 81. Não se chega à perfeição.



Cícero D:., A:.M:.
A:.R:.L:.S:. Luz da Acácia – Nº 2586 – Or:. de Jaraguá do Sul (SC), Brasil


NOTAS:

(1) CAMINO, Rizzardo da. Dicionário maçônico. Madras: São Paulo, 2006. p. 119.

(2) CASTELLANI, José. Dicionário Etimológico Maçônico. 1ª ed. Editora Maçônica A Trolha:
1990. n 8, p. 132.

(3) Conforme trabalho disponível em www.poralmaconico.com.br, consultado em 12/04/07.

(4) CASTELLANI, José. Dicionário Etimológico Maçônico. 1ª ed. Editora Maçônica A Trolha: 1990. n 8, p. 132. Estas significações aparecem também no Ritual do R:.E:.A:.A:. editado pelo GOB em 2001, p. 4.

(5) CASTELLANI, José. Dicionário Etimológico Maçônico. 1ª ed. Editora Maçônica A Trolha: 1990. n 8, p. 132.

(6) CASTELLANI, José. Dicionário Etimológico Maçônico. 1ª ed. Editora Maçônica A Trolha: 1990. n 8, p. 132.

(7) CAMINO, Rizzardo da. Dicionário maçônico. Madras: São Paulo, 2006. p. 119.

(8) CAMINO, Rizzardo da. Dicionário maçônico. Madras: São Paulo, 2006. p. 119.



REFERÊNCIAS:

- Ritual do R:.E:.A:.A:. editado pelo GOB em 2001
- CASTELLANI, José. Dicionário Etimológico Maçônico. 1ª ed. Editora Maçônica A Trolha: 1990. n 8
- CAMINO, Rizzardo da. Dicionário maçônico. Madras: São Paulo, 2006
- PIRES, Júlio Cezar. A corda de 81 nós. Disponível em: www.poralmaconico.com.br/. Acesso em 12/04/2007.

Fonte: http://www.maconaria.net/portal/index.php?view=article&catid=1%3Aartigos-a-pranchas&id=203%3Acorda-de-81-nos&option=com_content&Itemid=2

As origens da Maçonaria


As origens da Maçonaria

Sobre as origens da Maçonaria têm-se gasto rios de tinta e escrito as mais fantasiosas histórias:. Desde os mistérios de Elêusis ao rei Salomão e à Ordem do Templo, tudo tem servido a maçons, desejosos de exaltar a antiguidade da Ordem, e a profanos não menos desejosos de denegrir essa mesma Ordem, para escreverem patranhas e balelas, confrangedoras pela ingenuidade e ignorância que revelam:.

Ligação directa com o passado, só a encontramos no que respeita ao corporativismo obreiro:. Como diz o historiador da Maçonaria Paul Naudon, numa frase concisa e perfeita, "a franco-maçonaria apresenta-se como a continuação e a transformação da organização dos mesteres da Idade Média e do Renascimento, na qual o elemento especulativo tomou o lugar do elemento operativo":.

As corporações dos mesteres conheciam, é claro, para além do seu carácter puramente profissional, preocupações de outra natureza: religiosa, iniciática, caritativa, cultural até:. Tinham seus patronos próprios, suas festas rituais - muitas vezes remontando à Antiguidade, mas com "disfarce" cristão -, seus mistérios, sua intensa solidariedade:. A corporação dos pedreiros, ligados à nobre arte da arquitectura, incluía-se entre as mais importantes, respeitadas e ricas em simbologia e em segredos:. Nela se fundiam princípios, práticas e tradições de construção que remontavam aos Egípcios, aos Hebreus, aos Caldeus, aos Fenícios, aos Gregos, aos Romanos e aos Bizantinos, em suma, a todo o corpus da civilização europeia:. Neste medida, e só nela, se pode ligar a Maçonaria a uma remota Antiguidade:.

É certo que não deixa de impressionar, na cristalização maçónica de hoje, a existência de todo um conjunto de elementos que lembram a organização das ordens da cavalaria e, sobretudo, o ideário dos Templários:. Grande parte do vocabulário maçónico está ligado, por sua vez, ao judaísmo bíblico:. Parece, todavia, que esta associação se deve mais à influência que os Templários exerceram na construção civil e religiosa e nas próprias corporações dos pedreiros do que a uma ligação directa entre Ordem do Templo e Ordem Maçónica:. Não convém esquecer que boa parte dos rituais, ditos escocês e francês, com sua complexa emblemática, foi "inventada" no século XVIII nas cortes e salões aristocráticos da Alemanha, França e Inglaterra:.

As corporações dos pedreiros, como muitas outras, podiam aceitar no seu seio determinadas pessoas que, em rigor, lhes estariam à margem:. Era o caso de estrangeiros, de clérigos, de agregados à profissão, de personalidades desejosas de se integrarem ou de utilidade à corporação:.Já desde o século XV, por exemplo, que as corporações maçónicas escocesas tinham impetrado do rei o privilégio de terem à sua frente, como "grande mestre", um nobre de boa linhagem, hereditário:. No século XVII, muitas lojas de pedreiros britânicas foram reorganizadas segundo o modelo das academias italianas:. Estes maçons aceites tornaram-se, com o andar dos tempos, tão numerosos que imprimiram à corporação de que faziam parte um facies completamente diverso do anterior:. Nas corporações onde tal começou a acontecer, o elemento operativo foi cedendo o lugar ao elemento especulativo:.

Uma transformação deste tipo levou centenas de anos a completar-se:.E só na Grã-Bretanha, onde a tradição corporativa - como tantas outras tradições - se manteve sem desfalecimento até ao século XVIII, foi possível às antigas lojas de pedreiros operativos converterem-se, por completo, em lojas de pedreiros especulativos, mantendo, não obstante, o prestígio e o relevo social do passado:. Só na Grã-Bretanha também, se conservaram o simbolismo e o ritual de tempos remotos, enriquecidos - e, não poucas vezes, deturpados - pela continuidade secular da sua prática:.


Fonte: http://www.maconaria.net/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=161&Itemid=18

Lendas e Tradições

Lendas e Tradições

I – SIMBOLISMO DOS MISTÉRIOS

"No final do séc. XVII e pricípio do séc. XIX, muitos europeus, incluido Maçons, encaminharam-se para o Médio-Oriente, onde encontraram relíquias das culturas ancestrais que haviam praticado os Antigos Mistérios. Os Maçons de espírito filosófico reconheceram nelas semelhanças entre a sua Ordem e estas tradições ancestrais. Os simbolos semelhantes, alguns dos quais, como a escada do Templo de Mithras, são partilhadas pela Maçonaria, encorajando a linha de pensamento que defende a ligação intrínseca com estes rituais ancestrais."

"Ainda que haja uma clara evidência de uma ligação genérica entre o Ofício e os Antigos Mistérios, não há provas de como este material poderá ter sido transmitido ou de como poderá ter permanecido escondido e imune à Idade Média e à acção da Inquisição." - W. Kirk MacNulty, Freemasonry - A Journey through Ritual and Symbol

"A Maçonaria oculta os seus segredos de todos, à excepção dos seus seguidores e sábios, ou os Eleitos, e utiliza falsas explicações e falsas interpretações dos seus simbolos para induzir em erro aqueles que merecem ser induzidos em erro; para ocultar a Verdade, chamada de Luz, destes e para a manter afastada dos mesmos."- General Albert Pike, Morals and Dogma

Deve-se agora uma breve nota sobre Albert Pike. Pike (1809-91) era um Brigadeiro General da Confederação durante a Guerra Civil Americana que, quase sozinho, foi responsável pela criação da forma moderna do Rito Escocês Antigo e Aceite. Abastado, literado e detentor de uma extensa biblioteca, foi o Líder Supremo da Ordem de 1859 até à data da sua morte, tendo escrito diversos livros de História, Filosofia e viagens, sendo os mais famosos Moral e Dogma. Excluindo os quase meio milhão de praticantes do R:.E:.A:.A:., a grande parte dos maçons nunca leu a obra de Pike. Pike é frequentemente criticado pelos seus Irmãos Maçons que o acusam de, com a sua visão mística e controversa, ter amplamente alimentado os inimigos da Maçonaria.


"...O Rito é organizado como uma pirâmide, o majestoso túmulo de Hiram, no topo do qual uma 'misteriosa escada' de sete degraus é colocada, semelhante ao caminho de Eraclitus, que sobe e desce, sendo uma e a mesma. A imagem da pirâmide remete-nos de imediato para os sepulcros egípcios e à viagem de desprendimento do corpo, subindo, que constitui o objectivo da Iniciação. Simultaneamente, sintetiza de uma forma maravilhosa a sedimentação de tradições que o Rito provocou..." - Maurizio Nicosia, The Sepulchre of Osiris



'Let there be light!' - the Almighty spoke,
Refulgent streams from chaos broke,
To illume the rising earth!
Well pleas'd the Great Jehovah flood -
The Power Supreme pronounc'd it good,
And gave the planets birth!
In choral numbers Masons join,
To bless and praise this light divine."

- Poema maçónico de "Anthem III" in Ilustração da Maçonaria de William Preston (1804)



II – O ARQUITECTO DO UNIVERSO
"De acordo com o Professor Cornford [do Royal College of Art], todas as pinturas dos velhos mestres que investigou eram conformes com 'formas perfeitamente geométricas e/ou subdivisões aritméticas do rectângulo'. Existiam dois tipos de sistemas básicos – um 'era baseado na crença da Criação descrita em Timaeus, de Plato, e foi publicado por Alberti no seu “Ten Books on Achitecture” (Florença, 1485). Este sistema procede pela utilização do cálculo e da construção com instrumentos e teve grande adesão na Alta Renascença e no período imediatamente seguinte, já que tanto desassociava a arte e a arquitectura das velhas e manuais formas maçónicas de trabalho da Idade Média, como as associava à escola humanística. Para além disso, o sistema numérico utilizado era uma espécie de invocação do Divino enquanto a construção ou pintura se tornaram um ensaio microcósmico do acto primário de criação."

"O outro tipo de sistema era o maçónico-geométrico. De acordo com o Professor Cornford, este era 'incomparavelmente o mais antigo dos dois, parecendo de facto ser já conhecido pelos antigos egípcios e à nossa própria cultura megalítica. Sobreviveu, frequentemente rodeado de uma atmosfera de segredo do Ofício (ou até de culto), ao tempo de Alberti, e, subsequentemente, desapareceu sem deixar rasto…”- Henry Lincoln, The Holy Place

“Quem seguisse o Caminho do Artífice teria de fazer uma coisa mais. Deveria lembrar sempre que estava a construir o templo de Deus. Construía um edifício em consciência onde ele mesmo era uma pedra individual e única. Com o tempo, cada ser humano polirá a sua pedra e a colocará no Templo, e então o Templo estará completo; Deus comtemplará Deus no Espelho da Existência e existirá então, como no Início, um único Deus.” - W. Kirk MacNulty, The Way of the Craftsman

“Os Antigos Mistérios não deixaram de exitis quando o Cristianismo se tornou a religião mais poderosa no mundo. O grande Pan não deixou de existir, e a Maçonaria é a prova da sua sobrevivência. Os Mistérios pré-cristãos assumiram, simplesmente, o simbolismo da nova fé, perpetuando por meio dos seus simbolos e alegorias as mesmas verdades que possuídas pelos sábios desde o prícipio do mundo. Não há, portanto, uma verdadeira explicação para o facto de simbolos cristãos encerrarem em si o que é escondido pela filosofia pagã. Sem as misteriosas chaves transportadas pelos líderes dos cultos egípcio, brâname e persa, os portais da Sabedoria não poderiam ser abertos.” - Manly P. Hall, Masonic, Hermetic, Quabbalistic & Rosicrucian Symbolical Philosophy

“Porque Ele (Deus) é o Construtor e Arquitecto do Templo do Universo; ele é o Verbum Sapienti." - Yost, i, 411


“No Timaeus de Plato aparece a primeira alusão ao Criador enquanto ‘Arquitecto do Universo’. O Criador, em Timaeus, é chamado ‘tekton’, ou ‘mestre construtor’. 'Arche-tekton' denota, por conseguinte, 'mestre artífice' ou 'mestre constutor'. Para Plato, o 'arche-tekton' traçou o cosmos por meio da geometria.” - Baigent & Leigh, The Temple and the Lodge

“Apesar de a Maçonaria requerer que os seus candidatos confirmem a sua crença em Deus, não aprofunda o sujeito, deixando a religião e sua prática ao Maçon enquanto indivíduo.” (nota de tradução: isto pretende afirmar que a Maçonaria requer a crença num Deus, não forçosamente o Deus Cristão) “Assim, é possibilitado a homens de todas as religiões o acesso ao estudo dos princípios morais e filosóficos da Maçonaria.” - W. Kirk MacNulty, Freemasonry - A Journey through Ritual and Symbol

Fonte: http://www.maconaria.net/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=167&Itemid=12

O ASSASSÍNIO DE HIRAM ABIFF

I – O ASSASSÍNIO DE HIRAM ABIFF

"A lenda do Mestre Construtor [Hiram Abiff] é a grande alegoria maçónica. Na realidade, a sua história figurativa é baseada numa personalidade das Sagradas Escrituras, mas os seus antecedentes históricos são de acontecimentos e não da essência; o significado reside na alegoria e não em qualquer facto histórico que possa estar por detrás." - A.E. Waite, New Encyclopedia of Freemasonry

A lenda de Hiram Abiff está intrinsecamente ligada às origens do Templarismo Germânico. "Alguns deste manuscritos do século XVII [preservando as 'Old Charges'] não se referem a Hiram Abif, o que levou alguns a crer que esta «personagem» seria uma invenção de um período mais recente. Todavia, o nome Hiram Abif era meramente uma das designações desta figura fulcral; ele é também mencionado como sendo Aymon, Aymen, Amnon, A Man ou Amen e, por vezes, Bennaim. É dito que Amen é a palavra hebraica para 'aquele em que se confia' ou 'o crente', o que se aplica perfeitamente ao papel de Hiram Abiff. Mas é também sabido que Amon or Amen é o nome do deus ancestral da criação de Thebas, a cidade de Sequenere Tao II. Poderá aqui existir uma ligação ancestral?" - Christopher Knight & Robert Lomas, The Hiram Key: Pharaohs, Freemasons and the Discovery of the Secret Scrolls of Jesus.



"Para o construtor iniciado, o nome Hiram Abiff significa 'Meu Pai, o Espírito Universal, uno em essênciao, três em aparência.' Ainda que o Mestre assassinado seja o estereotipo do Mártir Cósmico – O Espírito crucificado do Bem, o Deus moribundo – cujo Mistério é celebrado por todo o mundo."

"Os esforços levados a cabo para descobrir a origem da lenda de Hiram demonstram que, apesar da forma relativamente moderna de representação da lenda, os seus princípios fundamentais remontam a uma longínqua Antiguidade. É habitualmente reconhecido pelos estudiosos maçónicos que a história do martirizado Hiram é baseada em antigos rituais egípcios do deus Osiris, cuja morte e ressurreição retratam a morte espiritual do Homem e sua regeneração através da iniciação nos Mistérios. Hiram é também identificado com Hermes através da inscrição na Placa de Esmeralda." - Manly P. Hall, Masonic, Hermetic, Quabbalistic & Rosicrucian Symbolical Philosophy

"De acordo com as Escrituras, Hiram não era um arquitecto, mas um mestre no trabalho do latão e bronze. Ele não terá sido assassinado, mas terá vivido para ver o templo construido, tendo então regressado à sua terra natal." - Baigent & Leigh, The Temple and the Lodge

"A única explicação razoável para se ter chegado ao verdadeiro nome do heroi maçónico é que Hiram significava 'nobre' or 'real' em Hebreu, enquanto Abiff foi identificado como sendo francês antigo para 'o que se perdeu', originando uma descrição literal de 'o rei que se perdeu'." - Christopher Knight & Robert Lomas, The Hiram Key: Pharaohs, Freemasons and the Discovery of the Secret Scrolls of Jesus


Knight e Lomas avançam a teoria de que Hiram Abif era, na realidade, Sequenere Tao II, o verdadeiro rei egípcio que viveu em Thebas, cerca de 640 kilómetros a sul de Hyksos, capital de Avaris, perto dos limites do reino de Hyksos. Sequenere era o "novo rei do egipto, que não conhecia José", que foi vizir por volta de 1570 A.C. Apophis, especula-se, quereria conhecer os rituais secretos de Horus, que permitiam ao faraós transformarem-se em Osiris na morte e viver eternamente como uma estrela. Apophis enviou homens a seu soldo para extrair a informação de Sequenere, mas ele mais facilmente morreria com violentas pancadas na cabeça antes de contar alguma coisa; na verdade, foi o que aconteceu.

A identificação de Hiram Abif como sendo Sequenere baseia-se no crânio da múmia, o qual parece ter sido esmagado por três golpes aguçados, como os que foram deferidos em Hiram Abif. E quanto aos assassinos descritos no folclore maçónico como Judeus? Knight e Lomas sugerem que estes serão dois dos irmãos expatriados de José, Simeon e Levi, auxiliados por um jovem padre de Thebast. Como prova, Knight e Lomas apontam a múmia encontrada ao lado da de Sequenere. O corpo não embalsamado pertencia a um jovem que morreu com os orgãos genitais cortados, e com um estertor de agonia no rosto. Teria ele sido enterrado vivo como castigo pelo seu crime?

"Os rituais maçónicos referem Hiram Abif como o 'Filho da Viúva'... na lenda egípcia, o primeiro Horus foi concebido após a morte de seu pai, pelo que a mãe já era viúva mesmo antes da concepção. Parece lógico que, todos os que, daí em diante, se tornaram Horus, i.e., os reis do Egipto, se apelidaram de 'Filho da Viúva'" [ver «Isis, the Black Virgin» para mais informação.] - Christopher Knight & Robert Lomas, The Hiram Key: Pharaohs, Freemasons and the Discovery of the Secret Scrolls of Jesus.



II - THOTH E ENOCH
“No antigo Egipto, aos engenheiros, projectistas, e maçons que trabalhavam nos grandes projectos arquitectónicos era concedido um estatuto especial. Eram organizados em corporações (ou associações) de elite…”

“Foram encontradas, pelo arqueólogo Petrie, provas da existência dessas corporações especiais, durante as suas expedições ao deserto do Líbano em 1888 e 1889. Nas ruínas de uma cidade construída por volta de 300 a.C., a expedição do dr. Petrie descobriu diversos registos em papiro. Uma parte descrevia uma corporação que mantinha reuniões secretas por volta de 2000 a.C.. A corporação reunia-se para discutir o nº de horas de trabalho, salários e regulamentos do trabalho diário. Reunia-se num local de culto e providenciava apoio a viúvas, orfãos e trabalhadores em dificuldades. Os deveres organizacionais descritos nos papiros são extremamente semelhantes áqueles atribuidos ao ‘Vigilante’ e ‘Venerável’ num ramo moderno da…. Maçonaria.” - William Bramley, The Gods of Eden

“Eu sou o grande Deus na barca divina… sou um simples padre no inferno da sagração de Abido, subindo a degraus mais altos da Iniciação… sou o Grande Mestre dos artífices que elevaram o arco sagrado como suporte.” - Thoth to Osiris, The Egyptian Book of the Dead

“De acordo com uma velha tradição maçónica, o Deus egípcio Thoth ‘teve grande participação na preservação do conhecimento do ofício maçónico e na sua transmissão á humanidade após as grandes cheias…’ - David Stevenson, The Origins of Freemasonry

“…O autor de um estudo académico bem fundamentado [The Origins of Freemasonry]… chegou ao ponto de dizer que, no ínicio, os Maçons consideravam Thoth como o seu patrono.”

“…O Livro de Enoch foi sempre de grande significado para a Maçonaria, e… certos rituais anteriores à época de Bruce (1730-1794) identificavam Enoch com Thoth, o Deus egípcio da Sabedoria.” Na Royal Masonic Cyclopaedia há uma entrada referindo que ‘Enoch é o inventor da escrita’, ‘que ensinava aos homens a arte da construção’ e que, antes das cheias, ele ‘temia que os verdadeiros segredos se perdessem – para o prevenir este escondeu o Grande Segredo, gravado numa pedra de pórfiro e enterrado nas entranhas da Terra’.” - Graham Hancock, The Sign and the Seal.

Fonte: http://www.maconaria.net/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=174

A Lenda de Hiram

Hiram I de Tiro é o rei mítico da cidade fenícia de Tiro. É mencionado na Bíblia, em um tratado comercial com Rei Salomão. Segundo a Bíblia (mais precisamente no Primeiro livro dos Reis, capitulo 5). Também é conhecido um segundo Hiram, um ajudante da construção do Templo, que relaciona-se na história com Hiram Rei de Tiro e Salomão.

A Lenda de Hiram

A lenda diz que Salomão, querendo fazer de seu corpo um templo digno, pediu a Hiram, rei de Tiro, um mestre arquiteto de obra. Hiram, Rei Consciência, envia e lhe recomenda Hiram Abiff (Mestre Construtor), filho de uma viúva

Hiram Abiff é designado como chefe supremo dos obreiros para a construção do templo. Estes obreiros tinham diversos graus de capacidade e diferentes talentos individuais. Era, pois, necessário dividi-los segundo suas capacidades para poder aproveitar melhor o trabalho de cada um.

Hiram, como sábio, justo e benevolente, os repartiu em três categorias: aprendizes, companheiros e mestres. Hiram deu a cada um a maneira de se fazer conhecido como tal por meio de signos, toques e palavras apropriados.

Hiram construiu e ergueu no Templo duas grandes colunas bronze, ocas. Determinou que os Aprendizes recebessem seu salário na primeira coluna, os Companheiros, na segunda e os Mestres na "câmara do meio".

Cada classe de obreiro, para poder receber seu salário, se fazia conhecer pelo esforço e trabalho que havia dedicado à Obra.

O trabalho foi dirigido e executado com sabedoria, ordem e exatidão, segundo as instruções recebidas, e a obra avançou em progresso e elevação rapidamente.

Apesar do número de obreiros, que entre todos eram mais de oitenta mil, e de ser feito todo gênero de obra, não se ouvia nenhum ruído de instrumento de metal.

Durante sete anos ou mais de construção, não houve chuva, porque o templo estava constantemente coberto. Igualmente reinaram a paz e a prosperidade durante a construção do Templo.

Três obreiros da classe dos companheiros, julgando-se merecedores e dignos de serem mestres, e querendo conseguir isso pela força, como acontece com todos os ignorantes, tramaram uma conspiração para se apoderarem, pela violência, da Palavra Sagrada, e de serem reconhecidos como Mestres.

Estes três trataram de convencer outros nove companheiros mestres, mas estes, no último momento, desistiram, porque foram perturbados pelo remorso.

Os três cúmplices ficaram sozinhos, e, urdindo o crime, resolveram obter a Palavra pela força, do próprio Hiram.

Os três aguardaram-no, a quem, por sua bondade, esperavam intimidar.

Escolheram o meio-dia como a hora mais propícia, pois a essa hora Hiram costumava visitar e revisar o trabalho, e elevar suas preces enquanto os demais descansavam. Os três se dirigiram para as três portas do Templo, que naquele momento já estavam desertas, porque todos os obreiros já haviam saído para descansar.

Quando Hiram terminou sua prece e quis atravessar a porta do sul, o companheiro ali postado o ameaçou com sua régua de vinte e quatro polegadas, pedindo-lhe a Palavra e o Sinal de Mestre. Todavia, o Mestre respondeu-lhe: "Trabalha, e serás recompensado!" Vendo a inutilidade de seus esforços, o companheiro ignorante o golpeou fortemente com a régua. E, havendo o Mestre levantado o braço direito para deter o golpe vibrado sobre sua garganta, seu ombro direito foi atingido, paralisando o braço.

O Mestre dirigiu-se, então, até a porta do Ocidente, e, ali, o segundo companheiro lhe exigiu, como o primeiro, A Palavra e o Sinal de Mestre, recebendo a mesma resposta: "Trabalha, e obterás". Então este companheiro deu-lhe um forte golpe no peito com o esquadro de ferro. Meio aturdido, Hiram dirigiu-se até a porta do Oriente.

Nesta porta o terceiro o esperava. Era o pior intencionado dos três, que, recebendo a mesma negativa do Mestre, deu-lhe um golpe mortal sobre a fronte, com o malhete que havia levado consigo.

Quando os três se encontraram novamente, comprovaram que nenhum possuía o Sinal nem a Palavra; horrorizaram-se pelo crime inútil e não tiveram outro pensamento senão o de ocultá-lo e fazer desaparecer seus vestígios. E, assim, de noite, levaram a vítima em direção ao Ocidente e a esconderam no cume de uma colina, perto do local da construção.

Quando Hiram não apareceu no lugar do trabalho, todos ficaram perplexos, pressagiando uma desgraça.

Terminou o dia, e o Arquiteto não apareceu; então, os nove companheiros, que haviam se oposto à empresa dos três malvados, decidiram revelar aos Mestres o ocorrido. Foram conduzidos à presença de Salomão, que, depois de ter escutado o relato dos três mestres e dos nove companheiros, ordenou aos primeiros que formassem três grupos, cada um deles unindo-se com seus companheiros para esquadrinhar os territórios e regiões do Oriente, do Ocidente e do Meio-dia, em busca do Grande Mestre e Arquiteto Hiram Abiff, e dos três companheiros da Palavra Perdida, a qual nem mesmo Salomão conhecia, e que havia se perdido com o desaparecimento de Hiram.

Durante três dias o procuraram, inutilmente; porém, na manhã do quarto dia, um dos grupos que se dirigia para o Ocidente achava-se sobre as montanhas do Líbano a fim de encontrar um lugar onde pudesse passar a noite; ouviu então vozes humanas numa caverna. Eram os três companheiros assassinos. Estes viram os visitantes fazer os sinais do castigo, sinais que foram adotados depois para os três graus, como meio de reconhecimento.

Os três delinqüentes escaparam por outra saída da caverna, e ninguém depois conseguiu encontrar seus rastros.

Quando regressavam a Jerusalém, na noite do sexto dia (já perto da cidade), um dos três viajantes se deixou cair, extenuado, sobre um montículo. Observou, então, que a terra havia sido recentemente removida, e que dela emanava o odor putrefato dos cadáveres.

Começando a escavar, chegaram a apalpar o corpo mas, como estava escuro, não se atreveram a continuar suas pesquisas. Recobriram então o cadáver e colocaram sobre o montículo um ramo de acácia, espécie de árvore comum, cujas flores e folhas são sempiternas.

No dia seguinte, relataram seu descobrimento a Salomão; este fez o Sinal e pronunciou a palavra, que depois foram usados como sinais de socorro. Em seguida encarregou os nove mestres de verificar se se tratava do Grande Mestre Hiram, e de buscar nele os sinais de reconhecimento, os quais ficaram fixados pelas palavras que foram pronunciadas no momento em que o corpo foi levantado da sepultura.

Assim procederam e, ao verem a fronte ensangüentada, coberta por um avental, e sobre o peito a insígnia do grau, fizeram o Sinal de Horror, que ficou sendo o sinal de reconhecimento entre os maçons.

Hiram na Tradição Maçônica
De acordo com a lenda Maçônica, Hiram Abiff era um homem de Tire, o filho de uma viúva e o arquiteto-chefe do Templo construído pelo Rei Salomão. Ele era o personagem principal da construção do Templo (Hiram, Rei de Tire) e também um de outros três personagens envolvidos com Salomão e ele. Hiram Abiff, segundo a Maçonaria, era o único no mundo que conhecia os "segredos de um Mestre Maçon", incluindo o mais importante deles, a "Grande Palavra Maçônica", o nome de Deus ("o inefável nome"). Do mesmo modo, na doutrina oculta, saber o nome de um espírito é uma chave de ter seu poder, e existe um grande poder envolvido com o conhecimento desta palavra. Saber os outros "segredos de um Mestre Maçon" habilitava os maçons/obreiros a trabalhar no projeto do Templo to go out on their own, trabalhando como Mestres Maçons e recebendo o salário de Mestres Maçons.

Este Hiram prometeu revelar os "segredos de um Mestre Maçon", incluindo o nome de Deus, ao completar-se a construção do templo, e fazer com que os obreiros se tornem Mestres Maçons, aptos a frequentar seu interior como mestres (they were, as yet, only "fellowcraft" Masons). One day Hiram went, as was his custom, into the unfinished Holy of Holies at noon ("High Twelve") to worship and to draw up the work plans (on his "trestleboard") for the workmen to follow the next day. The workmen were outside the Temple for their lunch break ("…the craft were called from labor to refreshment…")

As Hiram was leaving the Temple he was accosted by three "ruffians," in succession, who demanded that they be given the secrets immediately (without waiting for the Temple to be completed). He was handled roughly by the first ruffian (Jubela), but escaped. Accosted and handled roughly by the second ruffian (Jubelo), he again refused to divulge the secrets and again escaped. The third ruffian (Jubelum) then accosted him and, when Hiram again refused to divulge the secrets, killed him with a blow to the forehead with a setting maul. The body was hastily concealed under some rubbish in the Temple until midnight ("low twelve") when it was taken out to the brow of a hill and buried. The grave was marked by a branch of Acacia (an evergreen tree common in the Middle East), and the three ruffians attempted to escape the country. Denied passage on a ship out of the country, they retreated into the hills to hide. Meanwhile, back at the Temple, it was noticed that Hiram was missing and King Solomon was notified. Solomon immediately ordered a search in and about the Temple with no success. At this point 12 "fellowcrafts" reported to the King that they and three others (the three "ruffians") had conspired to extort the secrets of Hiram Abiff but they had repented and refused to go through with the murderous plan. They reported that it was those other three who had murdered Grand Master Hiram and King Solomon then sent them out in groups of three to search in all directions.

After questioning the sea captain who had refused the murderers passage, three of the searchers then followed the murderers' path and discovered the grave with its Acacia at the head. Digging down and recognizing the body, they reported back to Solomon. Solomon sent them back to locate the grave, positively identify the body as Hiram and to attempt to raise it from the grave with the grip of an Entered Apprentice. They relocated the grave but were unable to raise the body because decomposition had caused the flesh to cleave to the bone. Reporting back to Solomon, they were told to return to the grave and attempt to raise the body with the grip of a Fellowcraft. When this failed because the skin slipped away, they reported back to Solomon who, himself, went to the grave and raised the body up with the grip of a Master Mason, the "Strong Grip of a Lion's Paw." Hiram was not only brought up out of the grave, but restored to life. The first word he spoke was the replacement for the "Grand Masonic Word" lost at his death and that word is the one passed down to Master Masons to this day. (1) This, then, is the Masonic legend of Hiram Abiff, and most Blue Lodge Masons believe that it is a factual, scriptural and historical account. It is generally believed, in spite of the fact that the Masonic authorities and writers of doctrine agree that it is not only a myth, unsupported by facts, but acknowledge that it is but a retelling of Isis and Osiris.

O registro bíblico
A Bíblia registra dois homens nomeados Hiram, relativo a construção do Templo do Rei Salomão; uma é Hiram, Rei de Tire, que era assistente de Salomão e quem providenciou materiais e trabalhadores para o projeto.

O outro Hiram, chamado "o filho de uma viúva da tribo de Naftali", era um trabalhador de metais, não o arquiteto do Templo inteiro. Ele fez os pilares, pás e bacias de metal. As escrituras registram que este Hiram, o filho da viúva, completou todo o trabalho que ele tinha vindo fazer no Templo. Presumivelmente, ele voltou então à sua casa em Tire, são e salvo (não há nenhuma indicação na Bíblia de que qualquer coisa tenha ocorrido).

Relativo à reivindicação maçônica que Hiram, o filho da viúva, era o arquiteto principal do Templo, a Bíblia está clara estabelecendo que ele não era tal coisa. A Bíblia revela que Deus, Ele mesmo, era o desenhista e arquiteto do Templo, que Ele deu os planos em detalhes minuciosos para Davi e que Davi os deu a Salomão, junto com a maioria dos materiais.

A conexão egípcia
É o consenso da opinião entre autoridades maçônicas, filósofos e escritores da doutrina que a lenda de Hiram Abiff somente é a versão maçônica de uma lenda muito mais antiga que a de Ísis e Osíris, a base dos Mistérios egípcios.




A Lenda de Ísis e Osiris
Osíris, Rei dos Egípcios e seu Deus, realizou uma longa viagem para abençoar nações vizinhas com o seu conhecimento das artes e ciências. Seu irmão ciumento, Tifão (deus do Inverno) conspirou para assiná-lo e roubar seu reino. E assim aconteceu. Isis, irmã e esposa de Osiris e sua rainha (e também deusa da lua) partiu em procura do corpo de seu marido, investigando tudo que encontrou.

Após certas aventuras, ela encontrou o corpo com uma Acácia próxima à parte da cabeça no caixão. Retornando ao lar, ela secretamente enterrou o corpo, pretendendo dar um verdadeiro enterro assim que os preparativos fossem feitos. Tifão, por traição, roubou o corpo e cortou-o em 14 pedaços e os escondeu em diversos lugares. Isis então fez uma segunda busca e localizou todos os pedaços com exceção de um: o phallus.

She made a substitute phallus, consecrated it, and it became a sacred substitute, and object of worship.

This, in extremely abbreviated form, is the Egyptian legend of Isis and Osiris. It is without doubt, the basis for the Masonic legend of Hiram Abiff. To support this "Egyptian connection," let's consider two things: a brief comparison of key elements in both stories and the conclusions of the Masonic authorities in Masonic source-writings.

A Brief Comparison of the Legends of Hiram Abiff and Osiris
The fundamental similarity between the two stories may be seen in many respects; the following are some of the most important:

1.Both men went to foreign lands to share their knowledge of arts and sciences.
2.In both legends there is a precious thing possessed: Hiram has the secret word; Osiris has the kingdom.
3.In both legends there is a wicked conspiracy by evil men to seize the precious thing.
4.In both legends there is a struggle and a murder of the virtuous leader.
5.Both are murdered by their brothers (Osiris by Typhon; Hiram by Jubelum, his brother Mason).
6.Both bodies are buried hastily, with the intention of a later, deliberate burial.
7.Locations of the bodies are both marked by Acacia at the head.
8.In both legends, there are two separate searches for the bodies.
9.In both legends there is a loss of something precious: in Hiram's death, the secret word is lost; in Osiris' death, the phallus is lost.
10.In both there is a substitution for the precious thing that has been lost; concerning Hiram it is the substitute for the secret word; concerning Osiris it is the substitute phallus.
O Terceiro Landmark
"A lenda do terceiro grau é um Landmark importante, cuja integridade tem sido respeitada. Nenhum rito existe na maçonaria, em qualquer país ou em qualquer idioma, em que não sejam expostos os elementos essenciais dessa lenda. As fórmulas escritas podem variar e, na verdade, variam; porém, a lenda do construtor do Templo constitui a essência e a identidade da Maçonaria. Qualquer rito que a excluísse ou a alterasse materialmente, cessaria, por isso, de ser um rito maçônico."

Antecedentes Históricos
Elias Ashmole, sábio e antiquário inglês (1617–1692), iniciado em 1646, teria sido o criador dos rituais dos três graus da maçonaria simbólica e, inclusive, da Real Arco, autoria hoje contestada por autores modernos mas a época em que eles foram criados permanece a mesma e que é uma época interessante pelos fatos históricos que aconteceram e que muito tem a ver com o desenvolvimento da maçonaria moderna. Carlos I, príncipe da dinastia escocesa dos Stuart, foi decapitado em 1649, com o triunfo da revolução de Oliverio Cromwell que instala sua república puritana. Elias Ashmole, que era do partido dos Stuart, haveria decidido modificar o Ritual de Mest.´. fazendo uma alegoria do trágico fim de Carlos I e para que fora usado tanto os conhecimentos míticos como o espírito místico; Hiram ressuscita dos mortos assim como Carlos I será vingado pelos seus filhos.

Especulações foram desenvolvidas por quem procura descobrir a origem da Lenda e, de fato, nem seus autores são conhecidos, tendo aparecidos em escritos diversos mencionados por quem ouviu falar. A Lenda não tem mais de 300 anos, dentro da ritualística maçônica e nenhum dos antigos manuscritos maçônicos menciona a Lenda de Hiram, nem mesmo a Constituição de Anderson de 1723 e nem os Regulamentos Gerais compilados por George Payne em 1720.

Uma lenda é uma narração transmitida pela tradição, de eventos considerados históricos, mas cuja autenticidade não se pode provar. Sendo assim, não poderíamos falar que o fato realmente não existiu, somente que não temos provas sobre ela.

A Lenda de Hiram não é mencionada desde o Primeiros Graus porque sem ter os conhecimentos completos do primeiro e segundo grau, não pode ser compreendido ainda o mistério da vida, da morte e da ressurreição. O novo Mestre, irá estudar que a morte vence porque, por deficiência nossa, nos não temos estudado o segredo da vida que é a verdade; com um estudo mais profundo veremos que a morte é negação, a vida é afirmação; a morte é como o erro; o erro existe porque existe a ignorância; procuremos o secredo da vida que vence a morte.

Antecedentes Bíblicos
A morte de Hiram nas mãos dos três maus companheiros também não é mencionada na Bíblia pese a que são dedicados muitos capítulos à construção do Templo de Salomão com dados detalhados da quantidade de obreiros, financiamento, custos, arquitetura, etc. É mencionado Hiram Abif como Hirão de Tiro, (Reis 7, 13) ou Hurão Abiú sendo Hurão, meu pai, (Crônicas 2,13) filho de uma mulher viúva, filha de Dã e que, junto com ser um homem sábio de grande entendimento, sabia lavrar todos os materiais. Mas a Bíblia não credita a Hiram Abif o cargo de diretor dos trabalhos de construção do Templo e sim como um artífice encarregado de criar as obras de arte que iriam a causar admiração aos visitantes.

Todos sabemos que os livros da Bíblia não são exatos historicamente falando. Temos o exemplo das medidas do Mar de Bronze que, conforme cálculos da engenharia moderna, é de 75.000 lts. Conforme Reis era de 53.000 lts, conforme Crônicas era de 79.000 lts e, ainda, conforme uma Bíblia inglesa em Reis dá a medida de 9.273 lts. Na própria construção do Templo a quantidade de obreiros empregados era, em Reis de 30.000 que o rei Hiram de Tiro enviava em levas de 10.000 cada mês, e havia mais 150.000 entre carregadores e cabouqueiros, sendo eles 70.000 aprendizes e 80.000 companheiros, todos eles dirigidos por 3.300 mestres. Considerando que as dimensões do Templo (o interior de edifício era de 60 cúbitos de comprimento e 20 de largura, equivalentes a 30 x 10 mts) para a época eram grandes, mas hoje em dia não seria maior que qualquer igreja modesta, por tanto, aparece um exagero a quantidade de obreiros mencionado na Bíblia. O filósofo holandês Spinoza, século XVII, no seu Tratado Teológico Político menciona que os livros da Bíblia não são muito autênticos, especialmente pelo fato de ter sido escrito muitos séculos depois que os fatos neles relatados teriam acontecido, e os tradutores não sempre ter entendido a mensagem que a Bíblia encerra.

O martírio de Hiram e outros grandes Iniciados
Noah. Conforme a tradição judaica, os três filhos de Noah tentaram ressuscitar seu pai da mesma forma e com os mesmos resultados iniciais de nosso ritual de terceiro grau e, somente com os 5 pontos de perfeição conseguiram seu objetivo. Outro detalhe relacionado com a tradição judaica e da qual, aliás, nosso ritual tem usado tantos ensinamentos, seria que o significado de dois nomes dos maus companheiros, estar-ia relacionado com o Bem e o Mal, na sua onomatopéia, similar para YH ou YHVH e Bel ou Baal, que para os israelitas significavam respectivamente o Bem e o Mal.

Osíris. Osíris é assassinado pelo seu irmão Set por inveja e recupera a vida quando seu filho Horus, usa fórmulas mágicas. Horus era filho da viúva Isis e coincide com a origem da denominação "Filhos da Viúva" com que os maçons somos conhecidos. Lembremos que Hiram também era filho de uma viúva.

Tammuz. Deus fenício amado por Astarté, chamado Adonis pelos gregos onde é amado por Afrodita, esposo de Istar babilônica, morre em Primavera e desce aos infernos onde sua viúva Istar vai procurar a fonte de água que lê devolverá a vida. O Irmão J. S. Ward, autor maçônico inglês, falecido em 1955, escreveu “Who was Hiram Abiff” onde ele pensa que a Lenda de Hiram Abiff é uma adaptação do mito de Tammuz e acrescenta que Hiram Abiff pertencia a uma ordem de sacerdotes que ordenaram seu sacrifício para dar boa ao Templo.

Sócrates. Existe um paralelo entre as características de Sócrates e de Hiram Abiff, tanto na suas qualidades morais como na suas inteligências e dotes de líderes. Os acusadores de Sócrates foram três e os três de escassa significação na sociedade ateniense, sem comparação coma importância de Sócrates. Hiram e Sócrates puderam livrar-se da morte mas isso seria uma traição aos seus ideais. Sócrates vive eternamente na sua sabedoria que deixou como legado para a humanidade e Hiram vive eternamente na acácia maçônica. Ambos simbolizam o triunfo do valor moral sobre a covardia, do espírito sobre a matéria, do bem sobre o mal, do certo sobre o errado.

A lenda e o Zodíaco
As obras do Templo estavam já por terminar-se indicando que o Sol já teria percorrido as três quartas partes do seu curso anual; os três maus companheiros situam-se nas portas do Médio dia, Ocidente e Oriente, ou seja, os pontos do céu por onde sai o Sol, onde alcança sua maior força e onde se põe, ao morrer o dia. O primeiro golpe é dado com a régua de 24 polegadas que representa a revolução diária do Sol. O segundo golpe é dado com um esquadro; dividindo o círculo zodiacal em quatro partes temos quatro esquadros de 90 graus sendo que cada um deles representa uma estação do ano. O terceiro golpe é dado com o maço que tem uma forma cilíndrica o que acaba representando uma revolução anual.

Três CComp\matam o Mestre Hiram e nove Mestres procuram seu corpo. São os doze meses do ano zodiacal sendo que os Companheiros simbolizam os meses do Outono que antecedem o Inverno, quando a natureza morre. Os três CComp\são Libra (23/setembro à 22/outubro), Escorpião (23/outubro à 21/novembro) e Sagitário (22/novembro à 21/dezembro) quando começa o Inverno (sempre estamos falando do Hemisfério Norte, onde foi criada a simbologia maçônica) e quando nosso querido Mestre recebe o terceiro golpe que acaba com sua vida. Em Capricórnio (22/dezembro à 20/janeiro) a substância terrestre está inerte mas é fecundante; é descoberto o corpo do Mestre. Em Aquário (21/janeiro à 19/fevereiro) os elementos construtivos são reconstituídos na terra e se preparam para uma vida nova.

Hiram Abiff vive para sempre.

Fonte: http://www.ocultura.org.br/index.php/Hiram_Abif